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Scot Consultoria

Se você só usa touro provado você está no mínimo três anos atrasado!


Segunda-feira, 30 de abril de 2018 - 10h00

Médico Veterinário pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Pecuária de Corte pelo Rehagro, sócio-diretor da Qualitas Melhoramento Genético, com 21 anos de atuação nas áreas de gestão, produção e melhoramento genético. O Programa Qualitas de Melhoramento Genético conta com mais de 40 fazendas, nos estados de GO, TO, RO, SP, PR, MG e MT e também na Bolívia, totalizando um rebanho de mais de 250.000 cabeças.


Foto: Qualitas Nero da Agropontieri – Touro número 1 do Sumário Qualitas 2018

 


Neste mês finalizamos as avaliações genéticas da safra 2016 do Programa Qualitas, tanto da raça Nelore quanto da Bonsmara. Foram três anos de trabalho para conhecer os resultados da estação de monta 2015/2016. Foi o tempo necessário para verificar os erros e acertos das escolhas dos touros utilizados para produzir os bezerros nascidos em 2016. E, principalmente, para nós do Qualitas, verificar se o processo de seleção tem sido eficiente para identificar a melhor genética para aumentar a qualidade dos rebanhos.


Este texto tem justamente este propósito, demonstrar se o sistema Qualitas de seleção tem os processos adequados para aumentar a produtividade e a eficiência dos animais.


Este assunto foi discutido no texto de Fábio Luiz Buranelo Toral, “A ênfase deve ser no processo, e não no indivíduo”, a quem parabenizamos. Ele afirma que é importante se identificar e utilizar touros jovens em detrimento de se apegar a touros velhos, considerados os “salvadores da pátria”. Ressalta ainda que o mais importante é a qualidade do processo de identificação dos melhores indivíduos jovens.


Se o processo de identificação de touros jovens geneticamente superiores é bem feito, incorpora-se esta vantagem três anos antes dos pecuaristas que optam por investir somente nos touros provados.


Mas a grande questão é, você confia no processo de identificação de touros jovens dos seus fornecedores de genética?


No caso do Qualitas, por meio das mensurações e avaliações visuais, procuramos identificar os melhores animais para as seguintes características:


· Baixo peso ao nascimento


· Alto peso à desmama


· Alto ganho de peso após a desmama


· Maior circunferência escrotal aos 15 meses


· Maior musculosidade aos 15 meses


· Maior acabamento aos 22 meses


· Maior área de olho de lombo aos 22 meses


· Melhor conversão alimentar entre os 20 e 22 meses


· Melhor consumo alimentar residual entre os 20 e 22 meses


 


Estas características estão intimamente relacionadas às metas que definimos para a genética do Qualitas:


1) produzir um boi de 20@ com 20 meses


2) fêmeas que desmamam o seu primeiro bezerro antes dos três anos de idade


3) garantir um lucro de pelo menos R$500,00 por hectare.


Para identificar esta genética cada animal é pesado ao nascimento, à desmama e ao sobreano em novembro e em fevereiro, quando também têm a circunferência escrotal medida. Em seguida, são avaliados visualmente para 17 características, incluindo a musculosidade. Todas estas informações são compiladas e geram a avaliação genética que classifica todos os indivíduos pelo Índice Qualitas = 20% peso de desmama + 40% ganho de peso após a desmama + 20% circunferência escrotal + 20% musculosidade.


Em seguida, os 120 melhores machos nascidos a cada safra são enviados para o Centro de Inovação em Genética e Nutrição da UNESP de Botucatu para o Teste de Eficiência Alimentar para avaliar o consumo de alimentos e o desempenho dos animais durante 77 dias. Também são feitas medidas da espessura de gordura subcutânea, a área de olho de lombo e o marmoreio.


Ao final do teste os melhores tourinhos são encaminhados para coleta de sêmen para utilização nas fazendas dos parceiros do Qualitas, que são os maiores consumidores da genética que eles mesmos produzem e ajudam a identificar. Isso ocorre desde 2010. Assim concluímos o processo de identificação da melhor genética produzida a cada safra, que terá o seu mérito confirmado através de suas progênies, que também passarão pelos mesmos procedimentos que seus pais.


Mas as dúvidas são: esse sistema funciona? Qual o risco de utilizar touros jovens sem progênie?


Para fazer esta verificação dependemos das avaliações genéticas que mostram como foi o desempenho dos filhos destes touros jovens, convertendo estas informações em DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie) que são as ferramentas mais eficazes para determinar o valor genético dos animais.


Na tabela 1 apresentamos as avaliações genéticas e a classificação dos touros que foram selecionados pelo Sistema Qualitas para Teste de Progênie no Nelore e que foram provados nos últimos três anos. Em amarelo estão os touros da safra 2013, que tiveram suas primeiras progênies nascidas em 2016 e que concluíram as avaliações este ano.


Tabela 1


Sumário de Touros nascidos de 2011 a 2013 selecionados para Teste de Progênie.


Clique aqui para visualizar a tabela


Mais importante do que comemorar o touro Qualitas Nero como o melhor do Sumário de 2018, é confirmar que se um pecuarista decidisse utilizar somente os touros jovens nascidos na safra 2013, dividindo o sêmen em partes iguais para os doze touros, o índice médio destes touros ficaria entre os 3% melhores para o Índice Qualitas. É como utilizar um touro top 3% mas com várias genealogias diferentes, e várias características importantes economicamente, extremamente importante para evitar o aumento da consanguinidade do rebanho. Além disso, não existe um touro que é excelente em todas as características.


O que comprova a eficácia do sistema de identificação da melhor genética é a presença de touros mais jovens superiores aos touros mais velhos, como pode ser verificado no Sumário, onde touros nascidos em 2013 estão melhores que os nascidos em 2012 e que, por sua vez estão melhores que os de 2011.


Se você confia no processo de seleção do seu fornecedor de genética, ou melhor, se você pretende estar na vanguarda do melhoramento genético, procure um programa que atenda aos objetivos produtivos e financeiros da sua fazenda, para que você conheça realmente o seu rebanho e possa melhorar o que realmente importa. Só assim você terá confiança em utilizar touros jovens e sempre estará três anos à frente dos pecuaristas desconfiados, que não conhecem o próprio rebanho e por isso, acham que a solução é só utilizar touros provados, já ultrapassados.


Portanto, não fique para trás. A pecuária de corte por si só já é muito lenta! Se você quer estar atualizado sobre o que acontece na pecuária brasileira se ligue na Scot Consultoria. E se o caso for melhoramento genético do seu rebanho, procure um programa que esteja alinhado com seus objetivos e que tenha como meta sempre aumentar o lucro da sua fazenda.


Abraço e inté!



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