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Scot Consultoria

Lucro com a produção de soja e milho aumentou 77,5% em cinco meses


Segunda-feira, 6 de abril de 2015 - 16h29

Zootecnista, formado pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP, Campus de Jaboticabal-SP. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela mesma instituição.


Artigo originalmente publicado na Revista Agroanalysis

Os preços da soja e do milho subiram no mercado brasileiro a partir de fevereiro.

O principal motivo foi a valorização do dólar em relação ao real, que refletiu diretamente nos preços destas commodities no mercado interno.

No caso da soja, os preços em reais subiram 13,7% desde fevereiro em Paranaguá, no Paraná. Em dólar houve queda de 6,4% no mesmo período.

Para o milho, o aumento foi de 10,7% nas cotações em real, com queda de 12,2% nos preços em dólar. Veja a figura1.

Atrasos na colheita da soja e, consequentemente no plantio da segunda safra de milho, além do clima adverso em algumas regiões produtoras, em especial no Centro-Oeste, contribuíram para este cenário.

A alta animou os produtores e a liquidez do mercado melhorou, tanto de soja como de milho.

No caso do milho, os produtores correram para finalizar a semeadura do grão, mesmo fora da janela ideal de plantio e incertezas climáticas.

Resultados econômicos

Analisamos, a seguir, o desempenho econômico da produção de soja na primeira safra e do milho de segunda safra em Mato Grosso.

Comparamos os resultados considerando a venda em dois momentos distintos: o primeiro em outubro de 2014, quando a safra de verão estava sendo plantada e o tom do mercado era baixista devido à expectativa de maior oferta mundial na temporada e o dólar em um patamar bem mais baixo; e o segundo momento, em março de 2015, com os preços em alta.

Foram utilizados os últimos valores referentes aos custos de produção (custos operacionais) e produtividades médias, divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) para a safra 2014/2015.

O agricultor que em outubro de 2014 vendeu a soja e o milho para entrega futura teve um lucro médio de R$1.108,80 por hectare, sendo R$943,99 provenientes da soja (safra de verão) e R$164,81 do milho na segunda safra.

Já quem aguardou e deixou para negociar mais para frente, em março de 2015, conseguiu um lucro médio de R$1.967,69 por hectare com as duas culturas, sendo R$1.254,20 da venda da soja e os R$713,49 restantes, do milho safrinha.

O lucro aumentou 77,5% em questão de cinco meses.

Especificamente o milho, a rentabilidade aumentou mais de quatro vezes em relação ao desempenho estimado para a venda no segundo semestre de 2014.

Na figura 2, uma comparação das rentabilidades médias considerando a venda em outubro de 2014 e março deste ano.

A estimativa é de uma rentabilidade média de 9,3% para a soja e 5,3% para o milho, levando em conta a venda em março de 2015.

Em curto e médio prazos, o dólar valorizado é um fator de sustentação dos preços da soja e milho no mercado brasileiro, mesmo com a colheita da safra de verão em andamento no país.

No mais, as incertezas com relação à produção de milho na segunda safra no Brasil e possibilidade de redução da produção norte-americana (2015/2016) dão sustentação aos preços no mercado brasileiro.

Espera-se uma maior movimentação por parte do vendedor no final de março e abril.


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