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CEPEA – soja


Sexta-feira, 19 de junho de 2015 - 14h23

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


Os preços da soja em grão caíram na primeira quinzena de maio, mas se recuperaram nas duas últimas semanas do mês. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, houve avanço de 1,2% no mercado de balcão (pago ao produtor) e de 1,3% no de lotes (negociações entre empresas).

O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, na modalidade spot, referentes ao grão depositado no corredor de exportação de Paranaguá, avançou 4,4% em maio, a R$67,90/sc de 60 kg no dia 29. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos daBM&FBovespa), o Indicador foi de US$21,32/sc de 60 kg, baixa de 1,3% no mês. Na BM&FBovespa, o contrato Jul/15 recuou 1,7%, a US$21,63/sc de 60 kg no dia 29. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, teve aumento de 2%, fechando o mês a R$62,96/sc.

No início de maio, chuvas e filas de navios limitaram grandes movimentações no porto de Paranaguá (PR), o que, consequentemente, elevou a oferta de soja no mercado spot regional e pressionou as cotações da oleaginosa. Além disso, estimativas indicando produção e estoque mundiais recordes na temporada 2015/16 também influenciaram as baixas internas. Enquanto alguns agricultores consultados pelo Cepea tinham necessidade imediata em comercializar o grão para pagamento de dívidas, compradores estiveram retraídos, à espera de quedas nos preços.

Já na segunda quinzena do mês, os valores se recuperaram. Mesmo com a expectativa de estoques mundiais elevados, vendedores, depois de terem intensificado as vendas em semanas anteriores, se retraíram, no aguardo de recuperação das cotações.

Quanto aos derivados, os preços do óleo de soja subiram com força no mercado brasileiro em maio, puxados pela demanda interna aquecida, especialmente para produção de biodiesel e para alimentação. O interesse de estrangeiros por óleo de soja também esteve elevado, emboa parte motivado pela redução das vendas da Argentina, que é o principal exportador de derivados de soja do mundo. A desaceleração nos embarques daquele país, por sua vez, se deve a paralisações de trabalhadores das indústrias de processamento da oleaginosa, que tentavam renegociar a taxa salarial em meio à forte inflação. Já os valores do farelo de soja cederam, devido à demanda enfraquecida. Esmagadoras, inclusive, afirmaram registrar receita agregada de farelo de soja menor.

No acumulado de maio, considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações do óleo de soja (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) subiram 5,8%, a R$2.308,89/tonelada no dia 29. O farelo de soja se desvalorizou 1,6%.

Em maio, as exportações de soja surpreenderam agentes ao atingir o maior volume já embarcado em um único mês. Somente em maio, foram exportadas 9,34 milhões de toneladas de soja brasileira, recorde histórico. Esse volume representa 42,6% acima do exportado em abril (6,55 milhões de toneladas) e 23% a mais que o enviado em maio/14 (7,6 milhões de toneladas de soja). O preço médio foi de R$71,06/sc de 60 kg, estável em relação à média de abril, mas acima dos R$67,74/sc de maio/14.

De farelo de soja, o Brasil exportou 1,59 milhão de toneladas, sendo o maior volume desde 2008 para um mês de maio, ficando 32,7% acima de abril e 11,9% maior que o volume de 2014. O farelo exportado teve preço médio em R$ 1.218,99/tonelada 2,46% superior ao de abril.

Os embarques de óleo de soja também foram significativos em maio; houve, inclusive, disputa entre compradores domésticos e exportadores. Os embarques de óleo de soja somaram 126,8 mil toneladas no mês, 8,2% a mais que o volume de abril e 13,7% superior ao exportado em maio de 2015, conforme dados da Secex.

Nos Estados Unidos, as condições climáticas estiveram favoráveis ao cultivo do grão em praticamente todo o mês - apenas no final de maio que chuvas interromperam os trabalhos de campo. Até o dia 31 de maio, 71% da área havia sido semeada, abaixo dos 75% cultivados no mesmo período de 2014, segundo dados do USDA.


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