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Scot Consultoria

Buchanan e a democracia


Terça-feira, 7 de outubro de 2014 - 16h34

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Uma das primeiras perguntas que os jovens fazem quando acordam para a realidade política - que deveria ser uma preocupação constante dos americanos de todas as idades - é: por que os governos democráticos não funcionam como nos ensinaram em nossas aulas de educação cívica?


Talvez ninguém de sua geração tenha pensado mais a fundo sobre esta questão que o economista James M. Buchanan (1919-2013). O ganhador do Prêmio Nobel teria feito 95 anos no último dia 3 de outubro, e é uma satisfação poder comemorar a data de seu nascimento com uma publicação sobre seu legado.


No último inverno, a publicação The Independent Review publicou uma série de seis artigos de um simpósio sobre as contribuições de Buchanan para a economia política e o liberalismo clássico, artigos disponíveis gratuitamente em nosso site. Christopher J. Coyne, um dos três editores de nossa revista, abre a discussão com uma introdução que alinha as novas ferramentas desenvolvidas por Buchanan para nos ajudar a entender melhor como a democracia funciona de fato, não como gostaríamos que funcionasse.


Buchanan referia-se ao seu modo de ver a questão como o da "política sem romantismo", mas ele mesmo estava totalmente investido da ideia romântica de que os intelectuais podem e devem inspirar o público a imaginar uma comunidade política melhor.


Os colaboradores do Simpósio Geoffrey Brennan e Michael C. Munger (também editor da The Independent Review) defendem que os dois ramos do pensamento de Buchanan - seu realismo e seu idealismo - tiveram a mesma raiz: sua ênfase em normas constitucionais de ordem e o desprezo pelo governo das elites.


Buchanan também era um moralista: ele acreditava que uma das principais características mais atraentes de uma sociedade livre era a ausência de dominação e discriminação nas relações humanas. Peter Boettke, pesquisador do Independent Institute e autor de Living Economics, sugere que, ao enfatizar esse benefício, os amigos da liberdade podem ajudar muitas pessoas a superar o medo de que a vida sem o Governo Grande implica em responsabilidades demais a serem administradas pelas pessoas.


Tal como acontece com muitos escritores prolíficos, Buchanan escreveu tanto ao longo das décadas que os questionamentos sobre sua consistência estão abertos ao debate. Outro pesquisador do Independent Institute, Randall G. Holcombe, por exemplo, argumenta que aspectos do pensamento constitucional de Buchanan podem estar em desacordo com a liberdade, particularmente o argumento de Buchanan a favor de se coagirem as pessoas a apoiarem ações coletivas que ele acreditava serem necessárias para elas alcançarem seus objetivos particulares.


Além disso, como outros estudiosos prolíficos, Buchanan deixou uma enorme massa de trabalho rico em insights dos quais ainda há muito a extrair. Niclas Berggren, por exemplo, acredita que o livro inaugural de Buchanan e Tullock, de 1962, The Calculus of Consent, tem um potencial inexplorado para inspirar novos pensamentos na promoção da causa da liberdade.


Finalmente, Hartmut Kliemt conclui o simpósio com um olhar para a lógica do liberalismo clássico de Buchanan. Buchanan chegou à sua visão, segundo Kliemt, porque era um filósofo comunitarista que descobriu a regra da unanimidade.


(Os leitores ávidos por mais discussões sobre a obra de Buchanan podem encontrar outros artigos no The Beacon, arquivados aqui, além de uma resenha do volume 1 dos trabalhos compilados de Buchanan. Veja também o ensaio criterioso de Buchanan, "The Soul of Classical Liberalism", e uma resposta de Dwight R. Lee, em The Challenge of Liberty: Classical Liberalism Today, editados por Robert Higgs e Carl P. Close)


Por Ligia Filgueiras


Por The Independent Institute. 7 de outubro de 2014.



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