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Scot Consultoria

Sindicatos e black blocs


Terça-feira, 22 de julho de 2014 - 16h21

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Reportagem da Veja denuncia que há indícios do patrocínio de alguns sindicatos, como Sindpetro, Sindsprev e Sepe, para o grupo conhecido como "Black Blocs", que no ano passado, durante as manifestações cívicas contra... contra o quê mesmo?, depredaram uma série de imóveis públicos e particulares.


Preliminarmente, devo destacar que manifestações sociais são legítimas e muito bem-vindas em um estado democrático de direito. Obviamente que, como qualquer direito, ele deve ser exercido dentro de limites de razoabilidade, sem apelo para a violência e sem repressão policial indevida. Infelizmente os dois casos se apresentaram de maneira repetida ao longo do processo.


Cada vez mais se apresentam provas de que a violência por parte dos Black Blocs foi premeditada, e isso deslegitima por completo sua ação, que já era de difícil sustentação. O argumento de que manifestações sociais não devem ser criminalizadas é válido, mas somente até o momento em que os manifestantes não praticam crimes.


O uso do dinheiro de sindicatos para a realização de crimes contra o patrimônio público e privado reacende a discussão acerca das contribuições sindicais, que são um tributo recolhido por entes paraestatais para fins particulares e, agora, ilícitos.


A legislação obriga que todo trabalhador pague um dia de trabalho por ano ao seu sindicato, sendo essa contribuição sindical verdadeiro tributo, compulsório e com finalidade distinta do financiamento estatal, o que já é algo muito estranho. Eu desconheço um sindicato no Brasil que não esteja ligado a algum partido de esquerda, mesmo a esquerda leve representada pelo Solidariedade de Paulinho da Força Sindical. Portanto, o dinheiro recolhido para essas entidades deixam de ter finalidade de proteção do trabalhador e passam a ter função política, como fica evidente no caso dos Black Blocs.


A filosofia política do liberalismo defende a existência de sindicatos, mas eles devem ser sustentados de maneira voluntária por seus membros e com concorrência, ou seja, podendo existir mais de um sindicato para um mesmo segmento em uma mesma área geográfica. Qualquer coisa diferente disso é cair no arranjo fascista que caracteriza as relações trabalhistas brasileiras desde a Era Vargas, até hoje não superadas.


Com isso, se um trabalhador quiser ver seu dinheiro sustentando baderna e crimes, ele que fique à vontade e arque também com a responsabilidade por tais atos, como cúmplice. 


Por Bernardo Santoro



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