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Scot Consultoria

Custo de transporte de milho e soja exportada


Segunda-feira, 17 de março de 2014 - 17h20

Zootecnista formado pela UFV - Universidade Federal de Viçosa, analista júnior da Scot Consultoria.


O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás dos EUA, segundo estimativas do 6° Levantamento de Safras da CONAB, a produção de soja brasileira deverá alcançar 85,44 milhões de toneladas na safra atual.


No caso do milho, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial com expectativa de 75,18 milhões de toneladas colhidas em 2013/2014 (CONAB).


A expansão da agricultura vem ocorrendo para o interior do Brasil para as regiões do Centro-Oeste e, principalmente, na região conhecida como MAPITOBA, afastando-se assim das vias tradicionais de escoamento e armazenagem da produção de grãos.


Este afastamento e a falta de investimentos em infraestrutura e escolha da matriz de transporte para escoamento, sendo rodoviária a eleito, vêm dificultando o escoamento da produção de grãos.


O transporte tem grande influencia sobre o preço final da soja e do milho produzidos no Brasil. O preço da commodity é definido a partir do preço estabelecido na Bolsa de Mercadorias de Chicago acrescidos dos prêmios internacionais, podendo ser esse prêmio positivo ou negativo, e o preço negociado entre vendedores e compradores que refletem as condições dos fretes internacionais, custos portuários e demanda pelo grão.


Por exemplo, no auge da colheita brasileira de soja da safra 2014, em fevereiro, em um trajeto rodoviário de 2.200 km o custo do transporte chegou a US$150,00 por tonelada, enquanto nos EUA no pico da safra em outubro de 2012, onde 90,0% do transporte da soja é feito por ferrovias ou hidrovias, em um trajeto de 1.600km o custo do transporte foi de US$39,62 por tonelada.


A eficiência do transporte por hidrovias e ferrovias pode ser verificada no consumo de combustível, onde por hidrovia consome-se 5 litros/mil toneladas/km útil, e o transporte ferroviário 10 litros/mil toneladas/km útil. Já o rodoviário são 96 litros/mil toneladas/km útil.


Além de outros fatores envolvidos como maiores custos de manutenção, números de acidentes e de afetar o restante da população que ocorrem no transporte rodoviário.


O escoamento da produção para os principais portos exportadores de grãos, como Paranaguá (PR), Santos (SP), São Francisco do Sul (SC), acaba tendo um custo muito alto influenciando diretamente o preço final da saca do grão, principalmente durante o pico da safra.


O preço do frete para levar a soja de Campo Verde (MT) para o porto de Paranaguá (PR) ficou em R$210,00/tonelada na semana de 3/3 a 7/3/2014.


Mesmo com um elevado custo para exportar o Brasil consegue competir com os Estados Unidos e outros países, devido principalmente a alta produtividade conseguida pelos produtores, que são os mais prejudicados pela falta de estrutura existente para escoamento da produção.


Texto baseado no artigo "Mobilidade rural e urbana: por que o Brasil precisa da Logística" de Carlo Lovatelli e Daniel Furlan Amaral.



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