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Scot Consultoria

O que vimos e aprendemos sobre qualidade da carne bovina no Encontro de Analistas da Scot Consultoria

Quem mais entende de carne bovina de qualidade esteve presente no Encontro de Analistas da Scot Consultoria de 2013.


Os estabelecimentos-referência de quem produz e vende carne bovina de qualidade esteve presente no Encontro de Analistas da Scot Consultoria de 2013. Foi uma oportunidade para entender sobre esse mercado crescente.

Aprendemos que, o que vende mesmo, é a história por trás desta carne de qualidade. Não somente a maciez, o sabor, e suculência. Há também a necessidade de proporcionar uma experiência ao consumidor.

Existe muita gente boa oferecendo a qualidade que o consumidor tem exigido. O que move este mercado especializado é a paixão em produzir uma carne diferente. Essa paixão foi representada, entre outros presentes no Encontro, pela produtora VPJ, que atende os restaurantes e pelo restaurante Varanda Grill, que atende o consumidor final.   

Vimos também, que é possível a produção de carne identificável, com marca, com cortes especiais e não só no maior eixo consumidor do país, Rio-São Paulo. A casa de carnes especiais Celeiro, por exemplo, faz isso. Perceberam que o mercado em Mato Grosso queria algo a mais do que vinha sendo oferecido. Produzem cortes especiais, oriundas de raças europeias e zebuínas, com regularidade e expõem a carne e a acondicionam de maneira diferenciada nas gôndolas do supermercado.

O Mato Grosso está se tornando um pólo de carne de qualidade, que estão se multiplicando. Salvador é um exemplo disso.

No encontro foi dito que a produção de carne de qualidade é um processo que começa pela produção diferenciada e a venda a preço de commodity. Com o tempo, e leva tempo, é possível a agregação de valor.

Tivemos oportunidade de ouvir a história dos processos produtivos da rede McDonalds e constatamos como os processos produtivos têm que ser minuciosos e rigorosos. Além disso, ficamos sabendo do sucesso que foi o lançamento do hambúrguer de carne de Angus e o impacto que causou na cadeia.

Outro restaurante-referência que participou do Encontro de Analistas foi o Pobre Juan, representado pela Prime Cater, que nasceu fruto do crescimento do restaurante e da necessidade de compra e seleção dos animais que darão origem à carne.

Aprendemos que qualidade da carne não está ligada somente à gordura. Este atributo é importante para as steak houses (restaurantes especializados em carne bovina grelhada). Porém, no dia-a-dia, há a necessidade de carne magra, sem gordura. A carne Taeq, do Pão de Açúcar, é exemplo disso. São duas estratégias distintas de agregação de valor com carne de qualidade.

Durante o evento depreendeu-se que o público que consome carnes premium quer saber sobre os atributos de qualidade, rastreabilidade e segurança alimentar. Cortes especiais para consumidor especial.

Ficou evidente que o atributo maciez é o mais exigido. Porém, a expectativa para quem consome carne de qualidade já é de uma carne macia, mas não somente isso, o sabor é importante. Sabor, que no Brasil, caracteriza-se por sabor de carne produzida em pasto.

Além disso, no supermercado, os atributos visuais precisam ser valorizados na embalagem. 

A manifestação dos grandes frigoríficos, representados no Encontro pelo JBS, Marfrig e Minerva, foi da necessidade de entregar o produto certo para o cliente certo. Commodities para quem consome commodities e carne premium para quem consome carne premium.

Vimos que o confinamento é uma ferramenta importante para a cadeia e para a produção de carne de qualidade, desde que com uma dieta correta e balanceada. O caroço de algodão, definitivamente, é inimigo de quem produz carne cujo objetivo é o sabor.

Outro ponto importante abordado no evento foi a construção de marcas de carne pautadas na produção de novilhas jovens. Cientificamente é comprovada a superioridade da carne de fêmeas jovens bem alimentadas. Como esta classe de animais não interessa aos grandes frigoríficos, fica mais fácil para quem está começando a construir novas marcas usar estas fêmeas como matéria prima.

Ainda em relação à produção, ficou clara a necessidade da castração para obtenção de carne de qualidade. A castração pode favorecer o aumento do teor de gordura intramuscular, melhorando a qualidade da carne. Mostrou-se que estamos na contramão dos outros grandes produtores de carne bovina, tais como Austrália, Estados Unidos e Uruguai. Nesses países, os bovinos são 100,0% castrados. No Brasil o abate de bovinos inteiros tem crescido. A pergunta é: A carne produzida no Brasil é aquela que queremos consumir?

Por fim, foi notável que a produção de carne de qualidade evoluiu e está caminhando. A experiência transmitida foi estimulante. Picanha é bom, é sinônimo de carne de qualidade, mas é possível e desejável estimular a venda de uma variedade maior de cortes, inclusive de dianteiro.

Foi até preconizado que o filé mignon, abundante no Brasil, deveria ser em sua maior parte destinado à exportação e não ao mercado interno. A abundância de filé no mercado, comparativamente com outros países, dificulta a venda de dianteiro para restaurantes.

Foram duas horas, mas poderia ser dois dias que ainda teríamos assunto para muita conversa. O nosso agradecimento aos debatedores André Galindo (Grupo Marfrig), Antônio Augusto (VPJ Alimentos), Cristiane Rabaioli (Celeiro Carnes Especiais), Eduardo Pedroso (JBS), Gustavo Faria (McDonalds), Marcelo Shimbo (Prime Cater) e Sylvio Lazzarini (Varanda Grill). Até o Encontro de Analistas de 2014!

Confira mais sobre o assunto em:

http://www.scotconsultoria.com.br/noticias/artigos/33094/fatores-que-influenciam-na-maciez-da-carne-bovina.htm

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