• Terça-feira, 16 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

O vírus Schmallenberg chega na Escócia


Segunda-feira, 15 de abril de 2013 - 15h06

Médica Veterinária pela UNESP - Jaboticabal.


Oito vacas leiteiras no campus Barony, da Faculdade Rural da Escócia em Dumfries e Galloway deram positivo no resultado do teste para a pesquisa de anticorpos do vírus do Schmallenberg (SBV), sugerindo que as vacas tenham sido expostas ao vírus no ano passado. Embora já tenha ocorrido um pequeno número de casos anteriores de SBV entre o gado que tinha sido recentemente trazido para a Escócia, esta é a primeira vez que se verifica a presença do vírus entre os animais nascidos e criados na região.


A Alemanha, primeiro país a ser encontrada a doença, apresenta atualmente o maior número de casos do vírus do Schmallenberg (SBV) com 908 focos já confirmados. A infecção já atinge, pelo menos, 2.106 fazendas distribuídas pela Alemanha, Holanda, Bélgica, Grã-Bretanha, França, Luxemburgo, Itália e agora Escócia.


O Secretário Rural Richard Lochhead disse: "desde que o vírus do Schmallenberg foi detectado pela primeira vez no sul da Inglaterra, temos visto que ele está se espalhando lentamente para o norte. A confirmação de sua chegada na Escócia, portanto, não é surpresa mas, no entanto, é decepcionante e, sem dúvida, uma dor de cabeça que os agricultores não estavam precisando no momento.


Especula-se que entre 10 e 50% dos cordeiros das propriedades acometidas já foram perdidos para a infecção, o que poderia facilmente arruinar a indústria de ovinos. Para os bovinos, os efeitos da presença do SBV nas propriedades só será percebido com maior clareza mais adiante, pois o período de gestação de vacas é maior comparado ao de ovelhas.


"Após essa confirmação, os agricultores devem continuar a exercer a vigilância, especialmente quando ocorrer o deslocamento de animais para a sua fazenda e devem levar em consideração a realização dos testes para o anticorpo do SBV em reprodutores."


O teste é realizado a partir da identificação da presença de anticorpos para o vírus do SBV, o que pode ser utilizado como prova para a garantia de segurança para a exportação de animais.


"O resultado da vigilância realizada recentemente em toda a Europa sugere que a infecção com o vírus Schmallenberg tenha um impacto relativamente baixo, mas sabemos que isso pode causar problemas quando vacas ou ovelhas estão infectadas nos estágios iniciais da prenhez."


Ainda não existe vacina contra o vírus ou algum tratamento específico. Também não existem indícios que permitam concluir que o SBV possa infectar outro animal além de ruminantes. Além disso, a transmissão para o homem é improvável, assim como o risco direto para a saúde pública, mas os efeitos econômicos e sociais da doença aos produtores europeus é significativo.


Veterinários disseram que no rebanho afetado pode ocorrer o nascimento de bezerros sem deformações, contudo foi alertado aos agricultores que qualquer anormalidade fetal encontrada, natimortos ou recém-nascidos que apresentarem sinais de doença nervosa, deve-se entrar em contato com o veterinário responsável pela propriedade, ou com o SAC Consultoria do local: Serviço Veterinário de Vigilância de Doenças (DSC).


"Estes casos de infecção pelo vírus de Schmallenberg, não devem ser confundidos com outras doenças que também podem causar anormalidades de nascimento em cordeiros e bezerros, e é de extrema importâncias ter conhecimento com o que você está lidando" disse Brian Hosie, gerente do Serviço de Consultoria Veterinária (SAC).


Embora a SBV não seja uma doença de notificação obrigatória, todas as suspeitas do surgimento de um novo caso deverá ser avisada à Agência de Laboratórios de Veterinária e Saúde Animal (AHVLA). Para isso reforça-se a importância da vigilância e denuncias dos agropecuaristas e médicos veterinários para o controle da enfermidade.


O SBV, que é transmitido por mosquitos e causa defeitos congênitos em animais, foi primeiramente identificado em 2011 e se disseminou na Inglaterra em janeiro de 2012. Também se espalhou para o país de Gales e Irlanda, bem como em países europeus.


As propriedades com criação de ovinos são as principais acometidas, mas o vírus atinge também bovinos e caprinos. Esse é um vírus disseminado por mosquitos ou através da transmissão vertical (de mãe para filho), que causa natimortos e má formação congênita nos recém-nascidos; e febre, diarreia severa, queda na produção de leite e abortos no rebanho.


Para o controle da doença na Escócia, o Biobest e o SAC Consultoria e parte do SRUC (em conjunto com a NFU Escócia), lançará em breve um programa para o controle do vírus Schmallemberg.


"Estes novos resultados surgiram a partir de outros testes rotineiros que fizemos em Barony. Embora os resultados tenham sido inesperados, agora ajudarão a planejar o nosso programa de criação e, considerar a vacinação quando se tornar disponível, ainda este ano. Isso é exatamente o esperado, que programas de triagem propostos possam ajudar aos outros." disse Colin Mason, gerente do SAC Consultoria Serviço Veterinário de Vigilância de Doenças (DSC) em Dumfries.


O que poderá agilizar o controle da doença é o uso da vacina, contudo os processos para o licenciamento de uma vacina demoram por volta de dois anos, mas um senso de urgência poderia diminuir esse período. Se os governos suspenderem os requerimentos mais onerosos dos testes, as vacinas poderiam ser testadas em intervalos mais hábeis para que sua segurança e eficiência sejam verificadas. Além disso, outros testes para a detecção do vírus também estão sendo estudados.


Fonte: Global Meat News. Por Carina Perkins. 28 de março de 2013.


Tradução e comentários em azul, feitos pela médica veterinária Mariana Queiroz.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja