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Dentre as fazendas leiteiras espanholas, 1,9 mil encerraram as atividades em três anos

“Produtores de leite da Espanha querem que subsídios continuem depois de 2015.”


De acordo com o Conselho Europeu de Leite (EMB), organização europeia que reúne os produtores de leite, entre 2009 e 2012, 157,0 mil fazendas leiteiras pararam de funcionar na União Europeia (UE) e Suíça; na Espanha, 1,9 mil fazendas cessaram as atividades.

São 739,9 mil pecuaristas que se dedicam a produzir leite nos 27 países do bloco econômico e na Suíça, segundo a EMB. Na Espanha, o Ministério de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente constatou 22,0 mil fazendas leiteiras.

Van Keinpema, vice presidente da EMB, acredita que o setor está passando por uma fase semelhante ou mesmo pior do que a crise que sofreu em 2009, quando os agricultores em muitos países europeus lançaram fortes protestos, greves e descarte de leite para relatar precisamente a baixa remuneração recebida por seu produto.

"Os preços estão agora, talvez, um pouco maior do que em 2009, mas os custos de diesel, fertilizantes e outros insumos de produção estão muito mais caros. Estamos em uma posição ainda pior", afirmou a vice-presidente da EMB, organização que impulsionou as manifestações.

Van Keinpema adverte que cerca de 160 mil fazendas poderão parar de produzir com o fim dos subsídios para o leite, prevista pela UE, que irá liberar este mercado em 2015.

Nos últimos quatro anos, a produção de leite na União Europeia cresceu 1,4% ao ano, em média. Entretanto, para 2013, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção cresça 0,5% em relação a 2012, mesmo com os subsídios.

A produção de leite deve aumentar 5,6% na União Europeia entre 2009 e 2013. O consumo neste periodo deve ter incremento maior, com destaque para o leite em pó desnatado, cuja demanda passou de 596,0 mil toneladas em 2009 para 735,0 mil toneladas em 2013 (perspectiva), 23,3% mais.

O EMB, que pertence a Organização Espanhola de Produtores de Leite (OPL) - apresentou esta semana ao ministro da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente, Miguel Arias Cañete, suas propostas para sanar o problema dos preços do leite.

A Espanha é um dos países que querem que os subsídios se estendam até depois de 2015.

De acordo com a responsável da EMB, este ano os pecuaristas europeus fizeram fortes mobilizações para "pressionar" os governos, especialmente na Alemanha (maior produtor do bloco), a fim de resolver o problema dos preços dentro da reforma da Política Agrícola Comum (PAC).

Os pecuaristas insistem na falta de poder de barganha com a indústria e distribuição, no sistema atual e por se tratar de um produto altamente perecível.

Van Keinpema queixa-se de que as leis de concorrência europeias são "muito rigorosas com os produtores, mas flexíveis para as indústrias".

Como exemplo, aponta que o regulamento europeu incidente sobre os cartéis para negociação de preços e estabelece que os sindicatos dos agricultores não possam representar mais de 3,5% da produção de leite da UE.

Por outro lado, as indústrias "não tem nenhum problema para se fundirem ou conquistar participação de mercado, como Campina (Itália) e Arla (Dinamarca)," de acordo com Van Keinpema, de nacionalidade holandesa.

No caso da Holanda, ele afirma que "o banco decide pelo pecuarista", porque algumas entidades estão condicionando a concessão de crédito ao compromisso de produzir mais leite em 2015.

A EMB propôs como uma alternativa para a liberalização, um sistema "voluntário" de regulação da produção onde, quando os preços caem, os pecuaristas reduzem, em troca de ajuda, o volume de produção de leite (por exemplo, alterando a alimentação da vaca).

Van Keinpema insiste que é preferível apoiar o pecuarista a diminuir a comercialização de leite do que ter que pagar subsídios depois, a exemplo da "intervenção pública" para o armazenamento de excedentes de manteiga e leite em pó, como no período da crise leiteira.

Fonte: Infortambo. Pela Redação. 18 de janeiro de 2013.

Tradução, adaptação e comentários por Jéssyca Guerra, zootecnista e analista júnior da Scot Consultoria.

Colaborou Augusto Maia, graduando em Ciências Econômicas e estagiário da Scot Consultoria.

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