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CEPEA - Soja


Sexta-feira, 14 de dezembro de 2012 - 10h13

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


Em grande parte de novembro, as condições climáticas para o cultivo da soja foram favoráveis. Do centro para o Norte do país, as chuvas beneficiaram as lavouras, contribuindo, inclusive, para o replantio de algumas áreas que haviam sido prejudicadas pela seca verificada no início dos trabalhos de campo.

O clima favorável ao plantio da soja no Brasil, por sua vez, gerou expectativas de maior oferta global e de grande possibilidade de o país se tornar o maior produtor de soja mundial. Com isso, os preços do grão caíram no acumulado de novembro, com as cotações voltando aos patamares observados em junho deste ano e se ajustando com os valores de negócios antecipados para o início de 2013.

Entre 31 de outubro e 30 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), em moeda nacional, ficou estável, finalizando em R$75,73/saca de 60kg - a metodologia do Indicador leva em consideração os negócios efetivos; se não há, se mantém o valor em reais do dia anterior. Em dólar, moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa, fechou a US 35,60/sc de 60kg, queda expressiva de 4,6%.

A média ponderada das regiões paranaenses, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, finalizou a R$74,22/sc de 60kg no dia 30 de novembro, com queda de 1,6% no acumulado do mês. Ao se considerar a média do conjunto de praças acompanhadas pelo Cepea no mercado de balcão (ao produtor), houve queda de 2,5% em novembro. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a média recuou 3,3% no mês.

No inicio do mês, a Conab elevou os números de oferta para o Brasil. Os dados apontaram que a área com soja deve ser, em média, de 26,9 mil hectares, com crescimento de aproximadamente 1,9 mil hectares, ou 7,4% superior à safra 2011/12. A produção de soja brasileira deve ser, em média, de 81,54 milhões de toneladas, aumento de 22,8% sobre a temporada anterior. Mato Grosso, maior estado produtor no Brasil, deve totalizar cerca de 23,70 milhões de toneladas de soja, com crescimento de 8,5% sobre a safra passada. O Paraná deve aumentar a produção em 37,8% na safra 2012/13, para 15,08 milhões de toneladas. O Rio Grande do Sul deve produzir, em média, 11,96 milhões de toneladas de soja, expressivo aumento de 83,27% na produção da safra atual.

No dia 9 de novembro, o USDA elevou a estimativa da produção norte-americana em relação aos dados de outubro, mas ainda há expectativa de que o Brasil possa ser o maior produtor mundial de soja na temporada 2012/13. Os dados apontaram produção norte-americana de 80,86 milhões de toneladas em 2012/13, 3,9% acima dos dados de outubro, porém, ainda 4% inferior à produção da temporada 2011/12. O USDA apontou estimativas de que o Brasil irá produzir 81 milhões de toneladas, permanecendo as estimativas de outubro, mas ultrapassando em 21,8% a produção da temporada anterior. Assim, a produção da oleaginosa no Brasil deve ser 0,2% acima da produção norte-americana. Com se vê, as estimas da Conab para a produção brasileira estão 0,66% acima dos números previstos pelo USDA.

A Argentina - terceiro maior país produtor de soja do mundo - deve ter um aumento de 34,1% na produção da oleaginosa sobre a safra passada, produzindo cerca de 55 milhões de toneladas do grão. No Paraguai, o aumento deve ser de 102,5%, na Bolívia, de 3,4% e no Uruguai, de 18,8%. O USDA indica que a colheita da soja nos Estados Unidos em novembro já havia sido praticamente finalizada.

Quanto às negociações, mesmo com a valorização do dólar de 4,8% frente ao real em novembro, a comercialização de soja em grão seguiu lenta e nem mesmo contratos antecipados sinalizaram dinâmica melhor.

Para os derivados, a firme demanda por óleo de soja norte-americano deu suporte aos preços no Brasil. Enquanto isso, as cotações do farelo de soja seguiram em queda no mercado brasileiro, visto que algumas indústrias ainda tinham bons volumes de soja em grão e, em novembro, ofertaram. O problema é que não há demanda para exportação e, no mercado interno, muitas empresas já estavam se preparando para férias coletivas. Segundo colaboradores, este foi um dos motivos para redução dos preços de farelo de soja em novembro.

As exportações brasileiras de soja em novembro refletiram a oferta escassa no mercado doméstico. Os volumes embarcados em novembro se assemelharam aos do final de 2010, ano em que o ritmo de exportação havia sido acelerado até agosto, como nesta temporada. Dados da Secex mostram a saída de apenas 259 mil toneladas de soja em grão, 71,4% menos que em outubro e 85,3% abaixo de novembro de 2011. Entretanto, na parcial do ano, o país exportou 32,78 milhões de toneladas de soja, 4% acima dos 31,51 milhões no mesmo período de 2011.

Quanto ao óleo de soja bruto, o volume embarcado em novembro foi de 60 mil toneladas, queda de 45,6% em relação a outubro e de 64% sobre nov/2011. Na parcial do ano, os embarques somam 1,5 milhão de toneladas, 6,1% superior à parcial de 2011.

As exportações de farelo de soja registraram queda em novembro e, neste caso, também na parcial do ano. Em novembro, foram embarcadas 732,6 mil toneladas, redução de 46,8% sobre os embarques de outubro e de 39% sobre novembro de 2011. Na parcial do ano, as exportações de farelo de soja somam 13,2 milhões de toneladas, queda de 1,11% sobre as dos 11 primeiros meses de 2011.

Na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), entre 31 de outubro e 30 de novembro, o vencimento nov/12 teve expressiva queda de 7%, finalizando a US$14,39/bushel (US$31,72/sc de 60kg) no dia 30. O farelo de soja com o vencimento dez/12 finalizou a US$442,4/tonelada curta (US$587,66/t), expressiva baixa de 8,3%. Para o óleo de soja, o contrato dez/12 fechou a US$0,4941/lp (US$1.089,29/t).

Para os prêmios, o embarque mar/13 por Paranaguá foi calculado a US$32,30/sc de 60kg no último dia do mês, com queda de 5,7% no acumulado do mês. Para os derivados, o valor FOB do farelo de soja para embarque em dez/12 foi calculado em US$540,68/t no dia 30, queda de 7,3%. Já para o óleo de soja, o embarque em dez/12 fechou a US$1.116,64/t, aumento de 0,7% no mês.

Na BM&FBovespa, o vencimento mar/13 fechou em US$31,20/sc de 60kg no dia 30 de novembro, queda de 3,4% no mês. O contrato mai/13 finalizou a US$30,46/sc, queda de 3% em novembro.

Para os derivados, os preços do óleo de soja, produto posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS, finalizou o mês a R$2.961,55/t, aumento de 2,9% em novembro. Já para o farelo de soja, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores caíram 2,8% entre 31 de outubro e 30 de novembro.


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