• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

“Destruição Criadora” em ação


Terça-feira, 4 de dezembro de 2012 - 14h32

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


A Indústria eletrônica japonesa sofreu mais um duro golpe na semana passada, quando a agência de classificação de risco Fitch rebaixou os papéis da Sony e da Panasonic para o status de lixo (junk). Ambas as empresas já haviam sofrido rebaixamentos por outras agências mundiais de classificação, mas esta foi a primeira vez que viram seus ratings de crédito reduzidos para o grau especulativo. Segundo a Fitch, o novo status das duas empresas japonesas deve-se principalmente a seus balanços fracos e às suas posições declinantes no mercado global de eletrônicos, decorrência da falta de competitividade frente à forte concorrência externa.


O acentuado declínio das duas "gigantes" japonesas é mais um dos muitos exemplos daquilo que Joseph Schumpeter chamou de "destruição criadora". A origem da "destruição criadora", segundo Schumpeter, está no mecanismo virtuoso da concorrência e no espírito empreendedor, que induzem indivíduos e empresas a inovar, experimentar e criar. No interior desse processo, produtos obsoletos e métodos de produção ineficientes vão sendo constantemente substituídos por novos produtos, novas fontes de matérias primas e técnicas inovadoras. O aumento exponencial da produtividade desencadeado pelo processo de destruição criadora, no entanto, significa que o caminho em direção ao progresso e à melhoria das condições humanas, a longo prazo, está repleto de perdedores e vencedores.


Para muitos, aqui reside o paradoxo do progresso. A sociedade não pode colher os frutos da "destruição criadora" sem aceitar que alguns indivíduos acumulem perdas, não só a curto prazo, mas, às vezes, permanentemente. No capitalismo, nos lembra Schumpeter, perdas e ganhos são indissociáveis.


Para o bem da economia nipônica, portanto, seria desejável que o governo se mantivesse à margem do processo, malgrado os fortíssimos apelos intervencionistas que certamente existirão, pois as tentativas de suavizar os seus aspectos mais severos, na esperança de preservar os empregos ou proteger as indústrias nacionais, não raro levam à estagnação e ao declínio, obstruindo a marcha do progresso.


Por João Luiz Mauad




<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja