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Scot Consultoria

A fonte da juventude


Quarta-feira, 24 de outubro de 2012 - 10h33

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Deu no GLOBO: "Senado argentino aprova voto a partir dos 16 anos". O governo de Cristina Kirchner, para defender a medida que "amplia" a democracia, citou o caso brasileiro, que já permite o voto facultativo da garotada entre 16 e 18 anos (acima disso é voto obrigatório mesmo, um paradoxo da nossa democracia). A oposição acusa o governo de intenções populistas. Claro que a oposição é que está com a razão.


Qualquer limite de idade traçado será necessariamente arbitrário, gerando alguns casos de injustiça. Há marmanjos com 18 anos (ou bem mais) que parecem crianças imaturas, e há jovens de 16 anos com bastante maturidade. Mas precisamos levar em conta a média, as características gerais, pois algum corte se faz sempre necessário.


Afinal, aceitando o argumento de que reduzir a idade aumenta a democracia, por que não permitir o voto de um adolescente de 14 anos? Por que não aceitar o voto de uma criança de 8 anos logo de uma vez? A democracia seria bem mais ampla. Certo?


Fica claro que o argumento utilizado pela esquerda argentina não se sustenta. Eis o que devemos, então, perguntar: a garotada de 16 anos, na média, está preparada para escolher os governantes? A juventude costuma ser reverenciada pelas esquerdas, mas a verdadeira intenção é menos nobre e mais maquiavélica: é mais fácil vender ilusões para os jovens. Como resumiu François La Rochefoucauld, "A juventude é uma longa intoxicação: ela é a razão em estado febril".


Os jovens sonham mais, de forma idealizada, e são vítimas frequentes das promessas utópicas de esquerda. É isso que está por trás da nova medida na Argentina. Curiosamente, a esquerda, que considera o jovem de 16 anos preparado para votar, encara-o como uma criança incapaz na hora de julgar um crime. A esquerda defende a redução da idade para votar, mas não da maioridade para punição de crimes. Haja incoerência!


Em suma, a demagógica Cristina dá mais um passo rumo ao populismo, em busca da fonte da juventude. Não falo do excesso visível de botox, mas da conquista dos votos da garotada encantada com a retórica sensacionalista de esquerda, que lhe oferece dogmas e certezas sem qualquer preocupação com a realidade.


Por Rodrigo Constantino



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