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Scot Consultoria

Reinventando a roda


Sexta-feira, 14 de setembro de 2012 - 15h49

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


É mais do que conhecida a disfunção entre as diferentes formas de transporte no Brasil. Extensões continentais, vasto litoral e diferenças de altitude entre regiões, entre outras razões mais específicas, recomendam o uso de multimodais, priorizando os transportes de grandes cargas a distâncias longas para a navegação e a ferrovia.

Não é o que acontece. Em função da insuficiência de ferrovias e portos, o transporte rodoviário é o dominante. Transporta-se carga a mais de 1.500 quilômetros por caminhão.

O diagnóstico de Dilma, como ademais de todos os usuários e estudiosos da matéria, recomenda que se invista prioritariamente em portos, aquaviários e ferrovias.

O governo petista conseguiu enxergar o problema e Dilma pretende injetar R$50 bilhões em transporte (portos e ferrovias) nos próximos anos. Pretende que esses recursos provenham, em grande parte, da iniciativa privada. E como atrair o investidor privado para o setor?

O leitor certamente concluirá que distribuindo concessões através de leilões. Não é bem assim o que pensa a presidente. Ela quer sociedades com projetos específicos... em que o investidor privado seja sócio minoritário. Seria uma espécie de empresa de capital misto, com o estado como sócio majoritário. Privatização... nem falar.

Entre o sonho petista e a realidade vai uma grande distância. Como o investidor privado colocará seus recursos para serem geridos por funcionários públicos cuja produtividade é reconhecida pelo maltrato que dá à gestão de seus próprios recursos? Como esquecer o desastre operacional da implantação (?) da ferrovia Norte-Sul?

O medo petista da palavra "privatização" é paralisante. A solução de concessões, pura e simplesmente, é boa, mas cai mal no meio da companheirada. Dilma tenta reinventar a roda e os petistas, a criação de concessionárias que transformarão milhares de pessoas com a ilimitada dotação que caracteriza os funcionários públicos.

A equação não tem solução. As sociedades de projetos específicos vão se transformar em novas sociedades de economia mista, cuja extinção deu tantos resultados no governo FHC. Por isso, não podem ser repetidas.

Por Arthur Chagas Diniz


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