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Scot Consultoria

O preço pago pelos esnobes


Quarta-feira, 1 de agosto de 2012 - 11h58

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O esnobe (pessoa convencida, metida) paga um preço elevado para manter seu status. Muitos consumidores reconhecem produtos que são apontados como diferenciados e pagam muito para possuí-los.


Isso se dá, porque a sociedade moderna passou a dar uma importância cada vez maior a esses produtos. Os adolescentes, na maioria das vezes influenciados pelo meio social, não abrem mão do consumo de produtos "de marca" para que sejam aceitos ou até mesmo reconhecidos no meio em que vivem. São exemplos desses produtos: tênis, roupas, acessórios, entre outros.


Muitas famílias enfrentam dificuldades em pagar integralmente a fatura do cartão de crédito, por exemplo, porque as compras que realizam, boa parte para sustentar o status familiar, comprometem todo o orçamento familiar.


Operam com um nível de gastos incompatível com a renda auferida. Não adequaram o padrão de vida a realidade da renda disponível.


Do que adianta ostentar um produto de marca se o que está em jogo em honrar os compromissos financeiros em dia? Do que adianta querer "esnobar" a custas de dívidas?


Boa parte destas pessoas, aquelas que efetivamente se importam com as dívidas, perdem qualidade de vida por se equivocar na percepção da vida. Invertem os valores, admitindo que a aceitação no grupo social se dê em função de seu poder aquisitivo, nos bens materiais que possuem, e não pelo que são verdadeiramente.


Não quero aqui preconizar que o consumo destes produtos de marcas consagradas deva ser abandonado. Não é esta a questão. O que não é aceitável é valorizar demasiadamente estes produtos. É como se, para algumas pessoas, o fundamental da vida girasse em torno do possuir, do ter e ter cada vez mais, custe o que custar.


É possível observar um novo movimento em curso: a valorização do simples. Casais estáveis, com filhos centrados na essência da vida, que consomem sim, mas com critério, dentro do limite da renda, sem ostentação, não serem esnobes, estão começando a se destacar na sociedade.


Considerando que os filhos em sua maioria, são reflexos das atitudes dos pais, cada um de nós deve redobrar a atenção para reproduzirmos um modelo que valoriza o fácil, o agora, o ter.


Esta mudança de geração, que deixou de ser pai e mãe no estilo antigo, mais autoritários e passou a conviver com os filhos se colocando mais como "amigos", precisa refletir sobre os limites desta abertura.


Sustentar o dia a dia do consumo em um conto de fadas, fora de qualquer realidade financeira, é perder qualidade de vida.


Pergunto: ser esnobe a troco de que? Não há resposta que possa ser convincente.



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