• Sexta-feira, 26 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Pacote em 2012, reflexo em 2013


Quinta-feira, 12 de julho de 2012 - 10h49

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O governo federal vem atuando nas variáveis que permitem não deixar o Produto Interno Bruto brasileiro cair demasiadamente.


Projeções realistas apontam para um PIB 2,53% maior do que o ano passado. Muito pouco para as necessidades internas.


As variáveis que geram demanda agregada são: consumo agregado, investimentos, gastos do governo, exportações líquidas (exportações menos importações).


No âmbito do consumo duas grandes variáveis dão o tom: renda e crédito. Não há, pelo menos por enquanto, um grande movimento de dispensa por parte das empresas. A renda ainda não foi afetada, mas o apetite do consumidor caiu. Há um verdadeiro massacre diário em relação à crise internacional, quedas na bolsa, enfim, uma série de notícias que vem tornando o consumidor brasileiro mais cauteloso em suas decisões de consumo.


No âmbito do crédito há uma grande investida. A taxa básica da economia vem caindo, houve queda no IOF e os bancos oficiais iniciaram importante movimento no sentido de a queda dos juros efetivamente chegarem ao tomador de recurso, na ponta.


Também no sentido de estimular o consumo houve redução no imposto sobre produtos industrializados (IPI) incidentes em vários produtos entre eles: geladeira, fogão, tanquinhos, móveis, laminados, papel de parede, luminárias e lustres. E ainda redução do IPI incidentes nos preços dos automóveis.


Assim, há uma expectativa que o mercado doméstico, via consumo, segure em parte a queda prevista no PIB.


Se analisarmos a variável investimento, a projeção não é animadora. Possuímos baixa poupança o que nos faz depender da poupança externa. O exagero de gastos em custeio e nos juros para rolagem da dívida (interna e externa) limita o volume de recursos destinados a gerar riquezas no país. Esta variável depende do apetite do setor privado, o que não é a tônica do momento. Não há grandes movimentos nesta direção, o que adiará a sustentação do crescimento ao longo do tempo.


A aposta atual por parte do governo é na canalização de recursos via gastos públicos. Maior parte em custeio. Serão mais de R$4 bilhões adicionais, envolvendo cinco Ministérios Federais: Saúde, Defesa, Educação, Cidades e Desenvolvimento Agrário. Os gastos saltam de R$56 bilhões para R$60 bilhões. Os principais beneficiados serão os setores de veículos, móveis, produtos de saúde, tecidos e vestuário.


No tocante ao comércio exterior o câmbio atual favorece as exportações, inibe as importações, contudo, o mercado internacional não está comprador. Países em crise privilegiam o mercado interno. De qualquer maneira a demanda por commodities alimentícias não deve cair significativamente, o que cria uma expectativa de obtenção de resultado positivo no setor externo.


Observem que as decisões atuais dependem da reação do mercado. Não serão suficientes para salvar o ano na magnitude desejada, ou seja, garantir um PIB 4 a 5% maior se comparado ao ano passado. Cria sim, um ambiente favorável para colher um desempenho melhor em 2013.


Considerando que o pior dos mundos é ficar sem ação, sem atitude, vamos considerar que mesmo que pontuais, a postura do governo tenta contornar o pior.


A desaceleração virá e poderemos evitar a recessão. Já é um alento.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja