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Scot Consultoria

Carta Gestor - Estrada para o crescimento


Segunda-feira, 25 de junho de 2012 - 17h56

Zootecnista pela UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, consultor de mercado. Coordenador da divisão de mercado de reposição e de planilhas eletrônicas de custos da atividade agropecuária. Atua nos Diagnósticos e Análises Técnicas e Econômicas (DATE) realizados pela empresa. Editor chefe da Carta Gestor. Editor chefe da Carta Boi. Editor chefe do informativo Tem Boi na Linha.

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O mercado não para.


Ultimamente, temos concentrado esforços sobre a discussão do novo perfil da atividade agropecuária, em um cenário de inovações, aumento das exigências e de avanços tecnológicos, que ocorrem nas esferas da produção e da informação.


Para seguir estas tendências na produção rural, conhecer a atual realidade da empresa é de fundamental importância para o posicionamento diante dos avanços dos novos tempos.

Os impactos do crescimento

Porém, a transição de uma empresa de um nível tecnológico e gerencial baixo para um alto exige investimentos e organização. Esse processo é, quase sempre, penoso e caro.


Além disso, os objetivos do empreendimento devem estar alinhados com os demais segmentos da cadeia produtiva, o que requer uma visão "macro" e estratégica da produção.


Observamos que as empresas que estão no meio do caminho entre os perfis tecnológicos são as que são mais sensíveis às intempéries do mercado.


Geralmente quem investe pouco, produz pouco, mas está em uma situação onde o risco é bastante reduzido - o alto valor dos ativos (terras, benfeitorias, etc.) passa a falsa sensação de que a empresa nunca vai "quebrar".


Porém, no longo prazo, os altos custos com a depreciação, frente à falta de investimentos, jogam a empresa cada vez mais no vermelho.


Do outro lado, aquelas propriedades que estão em um grau tecnológico avançado, apesar de apresentarem um desembolso bem maior, possuem uma produtividade otimizada, ciclo de produção menor e faturamento maior, o que garante, no longo prazo, um menor custo por unidade produzida e resultado superior.


O problema ocorre no meio do caminho, quando começam os investimentos, a produtividade ainda está em fase de consolidação e a empresa fica em uma situação de maior risco. 

Os perfis

Para colaborar com o diagnóstico inicial das propriedades, apresentamos um resumo de aspectos que visam caracterizar as empresas rurais em três níveis de atuação: o "empreendimento rural tradicional", o "agronegócio em transição" e o "agronegócio moderno".


Esta caracterização foi resumida e adaptada da publicação "Gestão agroindustrial", do Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).


- Empreendimento rural tradicional: este tipo de empreendimento utiliza-se de equipamentos agrícolas rudimentares, a estrutura organizacional é familiar e as decisões são estritamente empíricas, sujeitas a alto grau de incertezas.


Os resultados são dependentes da política agrícola e condições climáticas e, sobretudo, estão submetidos ao maior poder de barganha de diferentes agentes do processo de comercialização, o que, geralmente, os distancia das demandas atuais e perspectivas de mercado.


A produtividade é inferior à média e decorre da baixa ou má utilização da tecnologia disponível, seja por falta de capital ou desconhecimento.   Existe resistência natural à adoção de inovações fora de seu domínio de conhecimento, reduzida reciclagem do suporte técnico e os mecanismos de financiamento nem sempre são suficientes e acessíveis. 


- Agronegócio em transição: neste perfil, verifica-se que algumas técnicas de produção e de administração já foram introduzidas e que existe uma preocupação de permanência no mercado e de tornar-se competitivo em médio e longo prazos. 


As mudanças são guiadas pela necessidade de ampliar a escala de produção, reduzir custos, maior regularidade na entrega e qualidade dos produtos. 


Outra dificuldade encarada no processo de transição, conforme a empresa se envolve em novas relações comerciais, é a pressão econômica exercida pelos demais segmentos da cadeia produtiva (insumos e compradores do produto final).Em suma, o processo de transição, além das questões de "dentro da porteira", completa-se com a compreensão de que fazer parte da cadeia implica no estabelecimento de parcerias e distribuição justa de ganhos e prejuízos. Para atingir este estágio, o produtor rural depende cada vez mais da capacidade gerencial.


- Agronegócio moderno: Entende-se um agronegócio moderno como o empreendimento que superou a etapa de transição, sendo suficientemente flexível para ajustar-se às novas demandas.A flexibilidade deve ser entendida como a capacidade gerencial para encontrar alternativas diante das alterações de mercado, que são inerentes aos produtos agrícolas.


Assim, um empreendimento moderno é aquele que apresenta equilíbrio entre seus aspectos de capacitação gerencial, adequação tecnológica e desempenho econômico. 


Conclusão


As colocações podem assumir diferentes interpretações, de acordo com a cultura e a realidade da empresa.Porém, independente destas situações, a caminhada rumo ao aumento da eficiência, tanto produtiva como gerencial, é imperativa.


E como falamos, conhecer o ponto de partida, com consciência da atual situação, é o começo de tudo.



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