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Scot Consultoria

Milho - abril


Quinta-feira, 10 de maio de 2012 - 16h11

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) é parte do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (DEAS) da Esalq/USP.


A colheita do milho, a necessidade de escoamento por parte de produtores e o menor interesse comprador foram fatores de pressão sobre os valores internos do grão ao longo de abril, fazendo com que os ganhos obtidos até meados de março fossem anulados. Nem mesmo as altas das cotações externas e da taxa de câmbio estavam sendo suficientes para interromper as baixas no Brasil.


No entanto, a partir de meados de abril, exportar passou a ser mais ser vantajoso e isso começou a segurar as quedas internas no final do mês, mesmo com estimativas de boa produção na segunda safra. Para o mercado norte-americano, os preços se sustentaram no correr de abril, diante dos baixos estoques e da demanda ativa.


No início do mês, as desvalorizações mais expressivas no Brasil ocorreram nas regiões goianas, paulistas, no sul de Mato Grosso do Sul, em parte de Santa Catarina e em Unaí (MG). A maioria destas regiões estava tendo produção acima do esperado e/ou necessitava escoar o produto colhido devido ao déficit de armazéns. No geral, porém, vendedores ainda sinalizaram opção por comercializar a soja, deixando o milho em segundo plano.


Compradores, por sua vez, pressionaram as cotações na maior parte do mês, na justificativa de que havia excedente de produto, e a expectativa é de que, no segundo semestre, os recuos possam ser ainda mais expressivos, mesmo que por curtos períodos. Isto aumentou a queda de braço entre agentes e reduziu a liquidez. Além disso, agentes colaboradores do Cepea apontaram que indústrias estiveram se abastecendo de milho do Paraguai, onde o valor do cereal estava mais atrativo e o prazo para pagamento, maior.


O clima no correr de abril esteve extremamente satisfatório às lavouras de milho de segunda safra. Com a proximidade do inverno, no entanto, agentes temem ocorrências de geadas no Paraná, que poderia prejudicar a produtividade.


Mesmo assim, há expectativa de boa safra para todas as regiões que cultivam o cereal de segunda safra. No Paraná, é bom o desenvolvimento das lavouras, com clima favorável. Produtores também buscam a antecipação das negociações do produto a ser colhido no segundo semestre. Nesse contexto, é importante notar que o mercado futuro da BM&FBovespa sinaliza preços acima dos patamares atuais somente a partir de novembro de 2012 - isso dependeria da efetivação de exportações expressivas, especialmente de Mato Grosso.


Na BM&FBovespa, o vencimento mai/12 recuou expressivos 6,3%, fechando a R$24,76/sc de 60kg no dia 30. O contrato set/12 caiu fortes 4,9%, a R$ 25,05/sc de 60 kg no mês.


O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referente à região de Campinas; valores a prazo são convertidos para à vista pela taxa de desconto CDI) caiu 10,2%, fechando a R$24,39/saca de 60kg no dia 30. Se considerada a taxa de desconto NPR, na região de Campinas, o preço médio à vista foi de R$23,92/sc de 60 kg no último dia do mês, cedendo expressivos 10,2% em abril. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços caíram 8,4% no mercado de balcão (ao produtor) e 8% no de lotes (negociação entre empresas).


No mercado internacional, o contrato mai/12 na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) subiu 2,5% em abril, passando para US$6,6025/bushel (US$249,69/t) no final do mês. Já o contrato jul/12 recuou 1,4%, indo para US$6,3425/bushel (US$220,75/t).


A sustentação no mercado externo foi dada pelo risco de geada em áreas de produção dos Estados Unidos e por sinais de forte demanda na China. Já pressão veio da realização de lucros, de operações de spread - compra de contratos de soja e venda de contratos de milho e trigo - e de vendas diante da expectativa de colheita antecipada e de que em agosto haverá maior oferta de milho nos Estados Unidos em relação ao anteriormente esperado.



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