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Scot Consultoria

Avanço na colheita, recuo na safra


Quinta-feira, 12 de abril de 2012 - 18h17

Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.


A colheita da soja avança pelo país e os números vão se consolidando com as consultorias agora sinalizando para uma safra na casa de apenas 65 milhões de toneladas de soja.


No estado do Paraná até 2/4 a colheita atingiu 85% da área e as perdas devido ao clima se confirmam. No ano passado, o percentual de colheita era o mesmo, mas a situação das lavouras era de 95% considerada como BOM e neste ano, apenas 60% das lavouras se encontram nesta condição. Com isso a produção deve encolher de forma significativa.


No Rio Grande do Sul a situação é muito pior. A colheita atingiu 45% da área plantada e a maior parte da área restante já está pronta para ser colhida e os trabalhos de colheita estão a pleno vapor. A situação das lavouras é de extremos: algumas com situação muito boa e outras com perda total e com isso a produtividade do estado será bem mais baixa.


A situação é muito boa em Goiás onde a situação climática foi favorável e as lavouras responderam aos maiores investimentos efetuados pelos agricultores. Com isso, o estado desponta como virtual campeão de produtividade podendo alcançar uma média que poderá ultrapassar 54 sacos/ha (3.240 kg/ha). No Mato Grosso a colheita está praticamente concluída e conforme dados do IMEA da semana passada havia atingido 99,3% da área. Neste mesmo período no ano anterior havia atingido 97,6%. O maior índice alcançado reflete as condições favoráveis para a execução do plantio e o maior uso de variedades com ciclo mais curto.


Não deixa de chamar a atenção à expectativa de produtividade e produção no Mato Grosso. Enquanto na safra 2010/2011 a produtividade alcançou 53,5 sacas/ha (3.210 kg/ha), neste ano, principalmente devido as perdas com problemas de doenças, a produtividade esperada é de 50,4 sacas/ha (3.024 kg/ha). Já a produção, que em 2010/2011 atingiu 20,6 milhões de toneladas, neste ano deve atingir 21,4 milhões de toneladas graças a maior área plantada que chegou a 7,072 milhões de hectares e permitiu alcançar um maior volume de produção.


Diante das perdas de produção nos estados do sul e do cenário internacional, os preços pagos ao produtor estão excelentes e embora a maior parte da safra já esteja vendida, o restante da colheita poderá ser vendido rapidamente e por um bom valor, proporcionando uma renda importante para os produtores do Mato Grosso.


Este quadro já estimula o pensamento na próxima safra e com isso as previsões são de aumento na área plantada e no MT poderá atingir 7,4 milhões de ha, um aumento de 4,8% conforme as previsões do IMEA.


Claro que o cenário positivo para a cultura também é atraente para os outros setores envolvidos. Os preços dos fertilizantes já revelam esta expectativa de maiores ganhos pela agricultura como podemos comparar pelas estimativas de gastos. Nesta mesma época do ano passado, as planilhas do IMEA indicavam para o Médio Norte (Sorriso) um gasto de R$415,76 por ha com fertilizantes e atualmente este valor atinge R$522,60 sendo, portanto, um acréscimo de 25,7%. Claro que estes valores são um indicativo médio, mas indicam que o produtor deverá desembolsar mais pelos fertilizantes este ano. Cabe a cada um estabelecer o seu custo com uma adequada definição das suas necessidades e das estratégias de compra dos produtos para este ano.


A seu favor, os agricultores possuem a sinalização de preços promissores para a próxima safra a ser plantada e devem se garantir com vendas antecipadas para cobrir de forma equivalente pelo menos os seus custos diretos.


Nitrogênio


É notável a subida de preços dos fertilizantes nitrogenados no mercado internacional, principalmente da ureia. Isto já era esperado com a previsão do forte plantio de culturas altamente consumidoras de nitrogênio como milho e trigo.


Neste momento o principal mercado que impulsiona o consumo de nitrogenados é os Estados


Unidos e naquela região os preços estão atingindo preços elevadíssimos para o agricultor, principalmente para aqueles que não anteciparam as suas compras.


Fosfatados


Mercado começa a indicar alguma tendência de aumento e por isso é bem possível que os preços tenham atingido os patamares mínimos para este ano. Com o aumento da demanda e das compras no mercado interno, poderemos ter uma gradativa elevação dos preços no mercado interno.


Ao contrário dos nitrogenados, podemos ver que os fertilizantes fosfatados atualmente estão em patamar abaixo do valor praticado no início de 2011 e por isso ainda é uma boa oportunidade para concluir a negociação dos fertilizantes fosfatados.


Potássio


As negociações de cloreto de potássio para o Brasil estão nos mesmos patamares anteriores embora exista o risco dos fornecedores exigirem maiores valores a qualquer momento que se confirme algum aumento na demanda.


O preço médio do cloreto de potássio descarregado ainda está em queda e sem frete foram de


US$525,58 em janeiro, de US$522,31 em fevereiro e US$514,48 em março. Com os negócios fechados nos patamares correntes deste ano e com menores despesas portuárias neste momento, as entradas ainda devem refletir um custo menor que podem atingir US$505 a US$510 em abril e por isso, a procura de melhores negócios pode garantir a compra do KCl por um bom preço, que pode ser estimado para a praça de Rondonópolis por cerca de R$1.220,00 ou US$670,00 em big bag ou ensacado, sendo possível obter melhores preços para as compras a granel.



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