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Scot Consultoria

Agronegócio da polpa de açaí congelada


Segunda-feira, 12 de março de 2012 - 15h23

Engenheiro agrônomo formado pela Esalq – USP e consultor agropecuário.


Parte 2: Receitas com plantio comercial e manejo de açaizais nativos O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é nativo da Amazônia brasileira e o estado do Pará é o principal centro de dispersão natural dessa palmácea. Muitas palmeiras também são encontradas nos estados do Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Tocantins; e em países da América do Sul (Venezuela, Colômbia, Equador, Suriname e Guiana) e da América Central (Panamá). No entanto, é na região do estuário do Rio Amazonas que se encontram as maiores e mais densas populações naturais, adaptada às condições elevadas de temperatura, precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar. O interesse pela implementação da produção de frutos tem se dado pelo fato do açaí, antes destinado totalmente ao consumo local, ter conquistado novos mercados e se tornado uma importante fonte de renda e de emprego. A venda de polpa congelada, para outros estados brasileiros, vem aumentando significativamente com taxas anuais superiores a 30%, podendo chegar à cerca de 20 mil toneladas. As exportações de polpa ou na forma de mix, para outros países, ultrapassam 8 mil toneladas por ano. O incremento das exportações vem provocando a escassez do produto e a elevação dos preços ao consumidor local, principalmente no período da entressafra, de janeiro a junho. O reflexo imediato da valorização do produto resultou na expansão de açaizais manejados, em áreas de várzeas, e estimulou a implantação de cultivos racionais em terra firme. Os dados mais recentes estimam mais de 50 mil hectares de áreas manejadas e financiadas no estado do Pará, gerando aproximadamente 4 mil empregos diretos. No agronegócio do açaí, no Pará, é estimado o envolvimento de 35 mil pessoas. Dados de 2011 mostram o custo de implantação de um hectare de açaí. Neste estudo foi contemplada uma área sequeira de cerrado no estado do Amapá. Os coeficientes técnicos e os custos para a implantação de um hectare de açaizeiro para a produção de frutos em área de terra firme, bem como para a sua manutenção a partir do 2° ano após o plantio, constam na tabela 1. Os dados mostram um fluxo de caixa bastante promissor. Foram estimados os benefícios líquidos do plantio até o 7° ano, quando tendem a se estabilizar. Os investimentos iniciais, sem considerar o custo da terra, somam R$2.596,00, relativos aos gastos de implantação e manutenção nos 3 primeiros anos. Já no 5° ano, segundo ano de produção, a receita gerada supera os custos de manutenção, o mesmo ocorre nos anos subsequentes. Dessa forma, o investimento feito nos três primeiros anos será pago, com facilidade, até o 10° ano (tabela 2). É importante observar que consideramos nesse estudo 1 rasa (28kg) sendo comercializada a R$15,00, mas sabe-se que a mesma é vendida até R$40,00 em meses de entressafra. Uma variação desta pode pagar os investimentos logo no 4° ou 5° ano. Manejo de açaizais nativos Considerando o manejo de um hectare de açaizal nativo com 800 plantas adultas, 900 estipes em produção e 2.700 cachos, os custos de produção foram estimados até o 4° ano, quando tendem a se estabilizar. Não há investimento inicial no manejo, pois a produção inicia desde o 1o ano. Desde o 1° ano a atividade apresenta superávit no fluxo de caixa. Até o 3° ano a receita supera o custo em mais de 87%. A partir do 4° ano os custos e receitas tendem a se estabilizar a níveis altamente satisfatórios, tendo em vista que o manejo possibilita dobrar a produção de frutos a partir desse período. O superávit, a partir do 4° ano, pode ser de até 198%. Considerando o horizonte temporal de 12 anos e a estabilização do plantio no 7° ano, quando a produção deverá se manter estável a partir daí, a margem de lucro vem confirmar a viabilidade do plantio. Margem de lucro: - Benefício líquido acumulado / receita total acumulada = 63% Mostra que o lucro líquido corresponde a mais de 60% do valor da receita total. - Benefício líquido acumulado / custo total acumulado = 172% Mostra que o lucro líquido é mais de 70% superior aos custos totais de produção.
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