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Baixando o nível


Terça-feira, 6 de março de 2012 - 09h50

Problemas sociais - soluções liberais
Liberdade política e econômica. Democracia. Estado de direito. Estado mínimo. Máxima descentralização do poder.


Por Luiz Alberto Machado O fim de semana foi marcado por uma troca de acusações entre o secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, e autoridades brasileiras, que servem, no mínimo, para deixar o cidadão comum duplamente preocupado. A primeira preocupação, que não é nova, refere-se ao andamento das obras para a Copa do Mundo de 2014. Nesse aspecto, a preocupação é de dois tipos: uma diz respeito à construção ou reforma dos estádios que serão palco dos jogos, uma vez que há situações preocupantes em alguns deles como, por exemplo, o Beira Rio, cujas obras encontram-se interrompidas há meses; a outra refere-se às obras de infraestrutura, em especial àquelas relativas à mobilidade urbana, principal alvo das críticas de Jérôme Valcke. Quem tem tido oportunidade de viajar pelo Brasil, incluindo as cidades que sediarão jogos da Copa, não pode deixar de dar razão ao dirigente da FIFA, pois muito pouca coisa foi feita desde que o país foi oficialmente indicado como sede da Copa de 2014, o que ocorreu em 2007... Muitos aeroportos continuam sobrecarregados e é difícil acreditar que as obras, no ritmo em que estão ocorrendo, conseguirão resolver satisfatoriamente a situação até o início da Copa. Isso para não falar do acesso a alguns desses aeroportos, que é simplesmente caótico. A segunda preocupação refere-se ao baixo nível das discussões acontecidas nos últimos dias, algo lamentável para dirigentes e diplomatas, dos quais se espera, pelo menos, um elevado nível de educação e de cuidado na escolha das palavras. O primeiro a se exceder foi o secretário-geral da FIFA, ao afirmar que o Brasil merecia receber “um chute no traseiro, por estar mais preocupado em ganhar a Copa do que em se preparar adequadamente para sediá-la”. A reação não se fez esperar. Se veio comedida por parte do ministro dos esportes, Aldo Rebelo, que disse não aceitar as palavras desrespeitosas ao país de Jérôme Valcke, garantindo que o governo brasileiro não mais o aceitará como interlocutor da FIFA nas negociações futuras, veio também de maneira atabalhoada por parte do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, que primeiro chamou Valcke de “vagabundo”, e depois declarou que “a presidente [Dilma Rousseff] tem mais o que fazer do que se preocupar com as declarações de um boquirroto”. É por essas e por outras que tem tanto brasileiro que fica com a pulga atrás da orelha quando lembra que o país sediará em sequência duas das mais importantes competições esportivas mundiais, a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos.
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