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Carta Conjuntura - O rombo no solo


Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012 - 16h55

Zootecnista pela USP – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA).


O aumento da população mundial tem exigido áreas cada vez maiores para a expansão das cidades, para a produção de alimentos e técnicas de cultivo que aumentem a produtividade da terra. A degradação do solo aumenta em conseqüência do desenvolvimento e crescimento populacional.

Para atender a demanda por alimentos, fibras e outros materiais, o solo sofre ações que trazem danos.

A perda de produtividade do solo por causa do manejo inadequado das culturas, do uso excessivo de fertilizantes e da destruição da cobertura vegetal é responsável hoje pela desertificação de extensas áreas do globo. Áreas mais danificadas De acordo com o Worldwatch Institute, organização americana que acompanha o estado atual dos recursos naturais do planeta, aproximadamente 15% da superfície terrestre está sob o risco de desertificação severa.

As áreas mais afetadas estão no Oeste da América do Sul, o Nordeste do Brasil, o Norte e o Sul da África, o Oriente Médio, a Ásia Central, o Noroeste da China, a Austrália e o Sudoeste dos Estados Unidos.

A desertificação difere da progressão natural dos desertos. A desertificação resulta da degradação do solo, que o torna estéril, e vem sendo provocada principalmente pelo homem, por meio do desmatamento, da agropecuária e da mineração desordenada. Essas atividades destroem a cobertura vegetal natural do solo, contribuindo para o surgimento de terrenos arenosos, impermeáveis à absorção de água. Estudos indicam que algumas áreas destinadas à pecuária sofre alguma forma de degradação como conse-quência do sobrepastoreio, da compactação e da erosão do terreno, como consequência direta da criação de gado. Estes impactos podem ser reduzidos através da adequação das taxas de lotação das pastagens. A degradação do solo pode ser limitada e revertida através de métodos de conservação de solo e gestão eficiente do sistema de pastejo e plantações. Liderança na conservação A taxa atual de degradação do solo pode ser reduzida através da adoção de técnicas de reestabelecimento do solo, como terraceamento ou reposição da camada superficial do solo. Porém, o retorno financeiro deste tipo de investimento tende a ser lento e em muitos casos, é necessária assistência governamental para o problema, que na maioria das vezes não coloca a questão como principal.

A implantação de programas de certificação da terra e a extensão de serviços, que trariam treinamento e novas tecnologias aos produtores, são importantes fatores para controlar a degradação da terra. Mas a eficiência destes programas em países em desenvolvimento é baixa, visto que apenas recentemente o pensamento sustentável chegou à produção de alimentos. Ainda que os governos devessem ser responsáveis pelas iniciativas de conservação, a iniciativa privada é quem a lidera indiretamente. É crescente a utilização de pacotes tecnológicos de refertilização do solo, que beneficia o carbono terrestre e a retenção de água. A difusão dessas tecnologias poderá ter um impacto decisivo na economia da conservação do solo, visto que é crescente o interesse pelo potencial de se desenvolver plantações, como por exemplo, voltada aos biocombustíveis, em terras recuperadas.

O processo de degradação do solo é um problema em nível mundial, que gera consequências ambientais e econômicas significativas. Utilizá-lo de forma sustentável é a solução. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado em novembro de 2011, 25% das terras do planeta sofre elevado grau de degradação. Para esta conta, a FAO também considera a degradação da biodiversidade.

Uma extensa degradação e a escassez cada vez mais aguda de recursos de terras e água põem em perigo vários sistemas-chave de produção de alimentos em todo o mundo, representando um profundo desafio para a produção de alimentos. Pressão populacional Os produtores enfrentam claramente maiores pressões por produção.

A pricipal delas é o crescimento da população. A cada ano, precisam alimentar 80 milhões a mais de pessoas. A população mundial praticamente dobrou desde 1970, e pode atingir nove bilhões até a metade deste século. A população mundial está aumentando e isso não ocorrerá com as terras. Fica ressaltada a necessidade de se conservar o solo para que existam condições de se aumentar o ritmo de produção de alimentos e bens de consumo.

Os sistemas de produção correm o risco de perda progressiva de sua capacidade produtiva devido aos efeitos da pressão demográfica e práticas agrícolas insustentáveis. Antes de se proceder à ocupação do solo, é necessário minimizar o processo de degradação. O solo é fundamental e, deve ser conservado para que seja mantida sua produtividade e, portanto, a vida.



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