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Scot Consultoria

Expectativas para o consumo de fertilizantes


Segunda-feira, 28 de novembro de 2011 - 14h02

Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.


As entregas de fertilizantes no período janeiro-outubro de 2011 alcançaram um volume recorde e 19,1% maior que o mesmo período de 2010, sendo que em outubro o volume ainda foi equivalente ao do mesmo mês do ano anterior. Neste ritmo, mesmo que as entregas em novembro e dezembro sejam menores que as entregas dos mesmos meses em 2010, o volume total esperado para o ano atingirá um volume surpreendente e que ajustamos para 27,44 milhões de toneladas, havendo ainda algumas previsões de setores do mercado de que o volume do ano ainda poderá ser maior. O maior destaque continua sendo o estado do Mato Grosso, mas deve ser assinalado o crescimento que vem se verificando na região do MAPITOBA, que compreende os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, refletindo a rápida evolução agrícola desta região. Ao ser considerado a previsão para o volume total de fertilizante entregue em 2011, diante das estimativas iniciais de área plantada, o consumo de fertilizantes seguirá na retomada do ritmo de crescimento do uso de NPK por hectare, como mostra o gráfico a seguir, que havia sido quebrado com os altos preços dos fertilizantes em 2008 e preços agrícolas desfavoráveis em 2009. Se previsões as otimistas forem confirmadas, o consumo por hectare poderá alcançar o nível alcançado em 2007. Embora este consumo ainda não se traduza em expectativas de uma safra superior, esperamos que o período para o desenvolvimento das culturas seja favorável e proporcionar uma produção agrícola maior. Importações e mercado internacional Mesmo considerando um aumento na estimativa do total anual, o forte ritmo das importações até o momento garante um bom suprimento de matérias-primas para atender a demanda. Há importações contratadas e que serão desembarcadas, mostrando uma situação tranquila de abastecimento, que proporcionará estoques elevados na passagem deste ano. O total de fertilizante importado de janeiro a outubro de 2011 atingiu 16,92 mil toneladas conforme os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os preços médios das compras internacionais deixaram de crescer, ocorrendo inclusive baixas em alguns produtos, que deverão se refletir nos preços ao consumidor nos próximos meses. Os dados de produção nacional indicam um crescimento de 4,7% neste mesmo período de janeiro a outubro/2011 e atingiu um volume de 8,18 mil toneladas de produtos, contra 7,81 mil toneladas em 2010. Entretanto, a maior parte da produção nacional é de superfosfato simples com 4,65 mil toneladas, que contribui menos com a quantidade de fósforo necessária para o consumo. Diante do grande volume importado neste ano, a dependência brasileira das importações ficou ainda maior em termos de nutrientes. Relações de troca Assim como para outras culturas, o milho vem apresentando uma perda relativa da capacidade de compra em 2011, já ultrapassando a relação unitária para o MAP, mas ainda mantendo uma relação abaixo para a ureia como mostram os gráficos a seguir. É importante notar a estreita relação de preços dos fertilizantes com a cultura do milho, indicando que esta cultura por apresentar um alto nível tecnológico com altas produtividades e claramente dependente do uso de fertilizantes nos Estados Unidos é a locomotiva dos preços deste insumo. Exceção deve ser considerada para 2008, onde certamente, os fabricantes de fertilizantes erraram na expectativa da capacidade de manutenção de compras dos produtores agrícolas. Daqui em diante, especial atenção deve ser dada para as tendências futuras do mercado internacional de milho e para as intenções de plantio dos Estados Unido, pois as expectativas de demanda de fertilizantes para este próximo cultivo devem definir as tendências do mercado de fertilizantes. A relação do valor relativo do MAP e o valor relativo do milho mostram uma tendência histórica com um envelope entre 0,7 e 1,3 com exceção, como comentado para 2008 e que se estendeu até 2009. Para a ureia o envelope é menor, vem se mantendo mais favorável, com exceção claro para 2008, mas a cultura vem apresentando maior capacidade de compra no período. A faixa da relação se mantém entre 0,6 e 1,05, apesar de estar ainda abaixo de 1,0 neste ano, já demonstra uma perda da capacidade de compra, passando de 0,58 no início do ano para 0,86 em outubro. Os recentes preços para o grão no mercado internacional deverão se refletir no mercado interno, pois a produção está ficando cada vez mais dependente das exportações e o mercado interno deverá se alinhar com os preços internacionais para proporcionar uma demanda do excedente da produção.
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