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Scot Consultoria

Sobre como as ONGs quase tomaram conta da reforma do Código Florestal


Segunda-feira, 28 de novembro de 2011 - 08h45

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Este cidadão cochichando no ouvido no Senador Jorge Viana é o ambientalista João de Deus Medeiros. Esta foto foi tirada durante a última audiência pública da Comissão de Meio Ambiente do Senado que analisou a reforma do Código Florestal. Jorge Viana foi o senador relator da matéria na dita comissão. João de Deus Medeiros é fundador da ONG Grupo Pau Campeche, foi alçado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) na gestão de Marina Silva e continua lá. Medeiros foi destacado pela atual Ministra Izabella Teixeira, para negociar os interesses dos ambientalistas junto ao Congresso Nacional. Quando o texto tramitou na Câmara, Aldo Rebelo manteve as mãos de João de Deus e das ONGs longe do texto. Aldo ouviu João de Deus, mas quem escreveu o texto foi Aldo. Quando o texto chegou à Comissão de Meio Ambiente do Senado, Jorge Viana entregou a redação do texto a João de Deus e, consequentemente, às ONGs. O primeiro relatório de Jorge Viana para a reforma do Código Florestal, escrito por João de Deus e a turma do MMA, quebrava todos os acordos feitos até agora e desfigurava completamente o texto de Aldo Rebelo. Viana foi desautorizado de apresentar seu relatório e o texto de João de Deus teve que ser reescrito sob a supervisão das assessorias de outros senadores. Jorge Viana passou então a sofrer pressão dos dois lados, das ONGs porque não sustentou o texto escrito por João de Deus e dos demais senadores porque permitiu que as ONGs escrevessem o relatório pelas mãos de Medeiros. Estive na última votação do Código Florestal na CMA. O jornalista que tirou esta foto estava exatamente ao meu lado. João de Deus foi o primeiro a chegar para a audiência e ficou até o final sentado imediatamente atrás de Jorge Viana dizendo e orientando o que Viana deveria fazer e dizer. Comentei a presença de João de Deus na audiência no twitter com a Senadora Ana Amélia Lemos, que também foi uma das primeiras a chegar à audiência. A Senadora respondeu: Outra pessoa comentou comigo que a presença ativa de João de Deus Medeiros e dos ambientalistas do governo junto aos senadores era proporcional à ausência do Ministério da Agricultura. Como sempre alertei, o Ministério da Agricultura (MAPA) se eximiu de negociar o texto do Código Florestal em favor da produção, enquanto o Ministério do Meio Ambiente abraçou a causa com fervor. Havia um representante do MAPA na audiência, mas ele estava lá como eu estava apenas assistindo o espetáculo. O ex-ministro da Agricultura, Reinhold Stefanes, que é deputado e não pode fazer muita coisa no Senado, se fez presente na audiência, conversou com senadores, fez o que pode enquanto o atual ministro, que poderia ter feito alguma coisa, não fez absolutamente nada, além de mandar alguém assistir a votação. Olhei com admiração, respeito e saudades quando o ex-ministro Stephanes entrou no recinto, conversou com alguns senadores, sentou, tomou pé do que estava ocorrendo, levantou, passou do meu lado, abraçou o jornalista, Heraldo Pereira, e saiu pela porta dos fundos. É uma lástima que neste momento tão importante para a agricultura nacional nós tivéssemos dois ministros completamente ineptos e indolentes como Wagner Rossi e Mendes Ribeiro Filho. Os ambientalistas do governo se aproveitaram da ausência do MAPA, da falta de altivez e incompetência de Jorge Viana e tomaram controle da redação do Código Florestal. Não fosse a vontade política reformadora da Câmara e do Senado os produtores teriam sido derrotados novamente.
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