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Scot Consultoria

Diferenciais de base


Terça-feira, 7 de junho de 2011 - 15h12

Administrador de empresas pela PUC - SP, com especialização em mercados futuros, mercado físico da soja, milho, boi gordo e café, mercado spot e futuro do dólar. Editor-chefe da Carta Pecuária e pecuarista.


Diferenciais de base... O que chega a ser isto? Bom, isto daí mostra o quanto está mais barata a arroba dos outros estados em relação a São Paulo. Acredita-se que lá é o formador de preço da arroba do boi no Brasil. Tem sido assim desde quando eu me entendo por gente. Peguei os preços da arroba nas capitais do Centro Oeste e fiz um estudo de quanto variou essa base desde 2003 para cá (linha vermelha). Na linha azul, como está o diferencial hoje. Daí é simples. Cuiabá está mantendo-se dentro da média histórica. Goiânia está bem abaixo de sua média e Campo Grande é a melhor delas, acima da média. Mas espere aí. Por que Goiânia está tão ruim assim em relação à Cuiabá e Campo Grande? Boa pergunta. Um chute? Acho que tem a ver com a concentração de confinamentos no estado, mas isso é uma explicação incompleta. Não explica o fato de o diferencial estar baixo em plena safra, época que não tem muito bois fechados. Por que isso está ocorrendo em Goiás? Frigoríficos, produtores da região poderiam ajudar com uma explicação? Seguindo em frente, hoje um leitor me ligou me perguntando sobre a escala de abate em São Paulo neste ano em comparação a do ano passado. Pelo telefone disse que este ano estava maior, mas me enganei. Quando cheguei ao escritório e fui conferir os dados, na realidade este ano a escala de abate está andando mais curta que estava no mesmo período do ano passado, como você pode ver no gráfico, então Eugênio (este é o leitor) a escala este ano está menor, ok? Isto significa que há menos bois que ano passado? De certa forma, sim. Significa também que os frigoríficos estão trabalhando com um estoque pequeno de animais, o que está correto, pois o que adianta comprar boi caro com um atacado que só faz cair? Este final de maio teve uma inversão dessa lógica. A primeira inversão foi exatamente nas escalas de abate aumentando bastante. Repare no gráfico que elas hoje são as maiores do ano, ao redor de 5 dias. A segunda inversão foi a ligeira interrupção na queda do atacado. Isto é sazonal, caro leitor. Para dar tempo dos supermercados terem carne na época do pagamento dos salários entre o dia 1 e o dia 5 de cada mês, eles antecipam em alguns dias as compras, e daí gera esta pequena correção para cima no preço da arroba. O traseiro também reagiu. O traseiro foi o que mais sofreu desde o ano passado. Veio caindo forte, deu uma segurada em abril e caiu forte novamente em maio. Agora no início de junho parece que deu uma firmadinha novamente. Vamos ver se isso vai durar. Saindo do atacado e indo para o milho, observe abaixo a relação de troca de uma arroba por sacas de milho. Voltamos para 3,15 sacas/@, valor este que só ocorreu dois anos atrás aproximadamente nessa mesma época de 2009. Com a entrada da safrinha, isto pode melhorar? O milho caiu na bolsa hoje, então é o que a turma espera que ocorra. Vamos acompanhar. Sim, vamos acompanhar... Não tenho muito que falar caro leitor. Agora é esperar para ver o que acontece. Esse esperar se resume a duas perguntinhas básicas: “Rogério, você tem boi gordo nos pastos atualmente? Sim.” “Rogério, você está vendendo boi gordo nesses preços? Não.”
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