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Scot Consultoria

O cenário atual do mercado de proteínas animais


Quinta-feira, 4 de novembro de 2010 - 17h49

Medica veterinária.


O crescimento da demanda por commodities é fato! Além do crescimento da população mundial, que ocorre em escala geométrica, a melhora da condição econômica dos países em desenvolvimento faz com que estes aumentem o consumo por commodities agrícolas, além de aumentar a exigência pela qualidade e segurança dos alimentos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o ritmo de crescimento da população mundial desacelerou nas últimas décadas em praticamente todos os continentes, exceto na América do Norte (EUA, mais especificamente). De toda forma, mesmo que em ritmo menos acelerado, ela continuou a crescer. Observe o gráfico abaixo: Para o Brasil esse panorama é animador, uma vez que possuímos condições geográficas e climáticas perfeitas que nos inserem entre os maiores produtores agrícolas do mundo. Grãos, café, combustíveis fósseis, biocombustíveis, etc. todos esses mercados cresceram exponencialmente nas últimas décadas. E no caso das proteínas animais, a situação não é diferente. O consumo internacional vem aumentando muito e o Brasil, por se inserir nesse contexto, além de oferecer preços e volume atrativos aos clientes internacionais, cada vez mais consegue ganhar um lugar de destaque, batendo recordes quando se fala na exportação desses produtos. As exportações de carne bovina cresceram 243% nos últimos 10 anos. As exportações de carne de frango, 285% e as de carne suína, 286%. Observe o próximo gráfico: Além disso, a recuperação econômica brasileira vem fazendo com que o consumo doméstico, juntamente com o consumo per capita, encontre suporte no aumento do poder de consumo do trabalhador. O número de cestas básicas compradas com um salário mínimo saltou de 1,22 em 1997 para 2,13 em 2010, favorecendo o consumo de proteínas mais caras nos últimos anos, como a bovina. Observe as figuras abaixo: Enquanto esse número quase dobrou, o reflexo disso é sentido na realocação das classes D e E para níveis superiores, favorecendo o aumento do consumo per capita de proteínas animais e o consumo interno total brasileiro. Internamente, o consumo atua como um dos mais importantes suportes dos preços pagos aos produtores. No caso do consumo, a proteína mais favorecida é a carne de frango, devido ao preço e ao apelo comercial a produtos mais saudáveis (carne branca). Além disso, o frango, por apresentar melhor conversão alimentar que o boi e o suíno, consegue manter seus preços mais competitivos e mais atraentes para o consumidor quando comparado às outras proteínas. O reflexo disso é que o frango teve o maior aumento quando considera-se o consumo per capita nos últimos 10 anos: partiu de 29kg para 40kg/per capita. Uma alta de quase 40%. A carne suína também tem se mostrado competitiva e seu consumo per capita cresceu 22% nos últimos 10 anos, tendo partido de 10kg em 2000 para 13kg per capita em 2010. A carne bovina, apesar de ser favorecida pelo aumento do poder de compra do consumidor e de ter apresentado demanda firme nos últimos anos, tem se mostrado menos competitiva frente às outras proteínas em 2010. Neste ano, enquanto a carne de frango subiu 12% e a suína 26%, o boi casado reagiu incríveis 44% devido à escassez de animais para o abate, basicamente. Observe o gráfico 5. Mesmo assim, olhando para o cenário doméstico e internacional, a perspectiva de longo prazo é bastante animadora. A demanda por proteínas deverá se manter firme e em ritmo de recuperação, juntamente com o aumento da população mundial, com o crescimento dos países em desenvolvimento e com a recuperação dos países desenvolvidos, deixando o Brasil como pivô do cenário mundial de commodities.
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