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Scot Consultoria

Crédito para o agronegócio aumentou 250% em sete anos


Segunda-feira, 25 de outubro de 2010 - 16h35

Zootecnista pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Ilha Solteira. Mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, Campus de Jaboticabal. Consultor e analista da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos, insumos, avaliação e perícia. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral. Editor-chefe da Carta Leite, da Carta Grãos e do Relatório do Mercado de Leite, publicações da Scot Consultoria.


Colaboraram Alcides Torres, Gustavo Aguiar e Marco Túlio Habib Crédito para o agronegócio aumentou 250% em sete anos O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) lançou no final do primeiro semestre deste ano o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2010/2011. Para a temporada, o ano agrícola que se inicia – 2010/20111 - serão destinados R$116 bilhões, sendo R$100 bilhões para a agricultura empresarial e, R$16 bilhões, para a agricultura familiar. Este dinheiro estará disponível para o produtor até o dia 30 de junho de 2011. Na figura 1 estão dispostas as quantias disponíveis através do Plano Agrícola e Pecuário desde 2003/2004. Desde a temporada 2003/2004, os recursos do governo, em valores nominais, para o financiamento rural quase que quadruplicaram. Passaram de R$32,5 bilhões para os atuais R$116 bilhões. Em relação ao ano agrícola anterior, houve incremento de 8% no previsto para 2010/2011. Este aumento está associado à maior produção agrícola e aos crescentes custos de produção (figura 2). No caso dos grãos, a produção brasileira aumentou 20% nos últimos sete anos. De lá para cá a inflação, medida através do IGP-DI, foi de 52%. DISTRIBUIÇÃO E FINALIDADE DO FINANCIAMENTO Os recursos do PAP podem ser utilizados pelo agricultor em investimentos na modernização e aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, correção e recuperação do solo, além de melhorias tecnológica e genética. Também pode financiar a aquisição de veículos utilitários para a lavoura, tais como veículos de carga, caminhões e tratores entre outros. Dos R$100 bilhões que serão destinados à agricultura comercial, a maior parcela vai para operações de custeio (compra de insumos, equipamentos, pagamento de mão de obra, etc.) e de comercialização (tabela 1). Para as operações de investimento estão disponíveis R$18 bilhões, 29% a mais do que na safra passada. Observe na figura 3 o destino do crédito para investimentos. Agricultura de Baixo Carbono (ABC) – Novo programa do governo destinado a sistemas produtivos eficientes que contribuam para a mitigação da emissão dos gases de efeito estufa. Financia a implantação e ampliação de sistemas de integração de agricultura com pecuária, entre outras práticas conservacionistas de solos, implantação e manutenção de florestas comerciais, recomposição de áreas de preservação ou de reservas. Produsa – Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável – financiamento da produção agrícola no âmbito da sustentabilidade. Propflora – Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas – financiamento da implantação de florestas e a recomposição das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente. Produsa – Programa de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio - visa estimular a recuperação de áreas destinadas à produção agropecuária que, embora ainda produtivas, oferecem desempenho abaixo da média devido à deterioração física ou à baixa fertilidade do solo. Pronamp – Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural – novo programa que coloca o médio produtor rural como prioridade. Moderinfra – Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem – recursos para a ampliação da capacidade de armazenamento nas propriedades rurais. Moderfrota – Programa de modernização da frota - financia a aquisição de tratores agrícolas e implementos associados, colheitadeiras e equipamentos para preparo do solo. Moderagro – Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais - destinado ao financiamento da correção de solos, recuperação de pastagens cultivadas degradadas, etc. Beneficiamento, industrialização, padronização e demais investimentos necessários às melhorias do padrão de qualidade e das condições de comercialização de produtos frutícolas entre outros. Prodecoop – recursos para aumentar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas brasileiras por meio da modernização dos sistemas produtivos e de comercialização. Apóia projetos de armazenagem de cooperativas. DE OLHO NOS MÉDIOS PRODUTORES O médio produtor ganhou uma linha de financiamento exclusivo denominado Programa Nacional de Amparo ao Médio Produtor (Pronamp). O Pronamp estipula limite de financiamento de custeio de R$275 mil por beneficiário. Para investimento, cada produtor pode contratar até R$200 mil, com taxa de juros de 6,25% anuais. No caso agricultura familiar (Pronaf) o limite para financiamento é de R$130 mil. Além disso, o Pronamp prevê desconto (rebate) aplicado à receita bruta anual do produtor que atua em atividades com custos de produção mais elevados. Nesses casos, a receita bruta é superior a R$ 500 mil, mas o rendimento líquido é reduzido em função dos custos de produção. RENDA, PRAZOS E JUROS Um fator importante para impulsionar o crédito é a renda agrícola. Se o mercado está bom, com preços que remuneram o produtor, é esperado maior investimento em qualquer que seja a atividade. Para 2010/2011 uma das questões que têm pesado na escolha do produtor sobre qual cultura plantar é justamente o PREÇO. As primeiras pesquisas mostram um aumento da intenção de ampliação da área plantada com soja em detrimento da plantada com milho. As estimativas variam de 2% a 5% em relação a 2009/2010 e são decorrentes da queda do preço do milho desde 2009. Somente em agosto deste ano as cotações do grão ganharam sustentação devido ao aumento dademanda interna, leilões e exportação. Veja a figura 4. Ao contrario do milho, a soja apresenta maior liquidez. Um bom exemplo é a safra 2009/2010, cuja produção de soja aumentou aproximadamente 10 milhões de toneladas na comparação com o ciclo anterior e, no entanto, as cotações subiram (a partir de março) acompanhando a firme demanda interna e externa nos últimos meses. A área com algodão também deve aumentar em função de preços mais atraentes. O produto que em janeiro de 2009 estava cotado em 116 centavos de real por libra-peso, na segunda semana de setembro estava sendo negociado acima de 220 centavos de real. Além disso, quem busca dinheiro na praça está sempre atrás de mecanismos de garantia, por exemplo, os seguros, e de prazos mais longos combinados a juros baixos.
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