• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Correntistas: reféns dos bancos


Sexta-feira, 23 de novembro de 2007 - 10h57

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


É praticamente impossível viver sem ter um relacionamento, por menor que seja, com o sistema bancário. Isso gera um convívio estreito banco/cliente, cuja premissa não segue a regra básica da convivência fornecedor/cliente. Diferentemente de outros setores, a mobilidade do consumidor é limitada. Não é possível, dado o custo e a burocracia, ficar mudando de banco a todo o momento. Em outros setores da atividade econômica isso é mais flexível. Essa "fidelização" forçada, acaba gerando uma imperfeição no mercado. Os bancos passam a cobrar tarifas abusivas, além de nortear seu relacionamento com os clientes num jogo de reciprocidade sem fim. Além desse aspecto os bancos disponibilizam os melhores negócios aos clientes que possuem maior potencial. O mercado costuma dizer que o banco oferece dinheiro para quem não precisa de dinheiro. Há sem dúvida alguma uma postura conservadora em muitas instituições. O Banco Central, responsável por zelar pelo sistema, se limita a divulgar as diferenças de preços e tarifas praticados pelos bancos sem ter uma atuação firme, acabando ou diminuindo com essa relação desproporcional e por vezes abusiva. Se não conseguimos nos libertar da dependência dos bancos, que ao menos possamos ter maior mobilidade evitando os abusos. Houve um início de discussão em torno do tema, mas na prática pouca coisa avançou. Mesmo com o código de defesa do correntista e até mesmo o reconhecimento do uso do código de defesa do consumidor nesta relação, a sociedade ainda não tem um ponto de apoio que a auxilie no sentido de evitar a prática abusiva no relacionamento banco/cliente. O desejo é que haja efetiva competitividade no setor bancário e que o correntista possa, na prática, escolher sempre que desejar, com que banco operar. Hoje os correntistas são reféns.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja