Caindo na real

As oscilações do mercado financeiro, observadas no mundo todo, trouxeram e trarão seqüelas das mais variadas. A dúvida que paira no ar é qual será tamanho do “estrago”. No caso brasileiro as variáveis mais sentidas estão ligadas ao mercado cambial, ao próprio reposicionamento dos preços das ações e um eventual retardamento na queda da taxa de juros. No câmbio a desvalorização do real pode favorecer as exportações, contudo, essa rápida subida, se perdurar, poderá levar a uma elevação de preços, principalmente em produtos que haja baixo nível de estocagem. Os preços das ações ficarão mais próximos da realidade. Havia muita liquidez no sistema o que elevou demasiadamente a demanda no mercado acionário, elevando artificialmente seus preços. Há perdas, mas acaba o artificialismo. Já o eventual retardamento na redução da taxa de juros é que poderá trazer mais conseqüências ao mundo real. Em um país que crescer é inadiável mudar a política monetária, que apontava para certo afrouxamento, é inibir a melhoria na geração de emprego e renda. O que de positivo está ocorrendo é que a economia mundial vai cair na real e a valorização artificial de certos ativos deixará de existir e o planejamento das empresas e das pessoas ficará mais consistente. O que será feito com o extraordinário volume de recursos disponíveis no mundo não é possível avaliar, mas que é imperativo rever o formato da rentabilização desses recursos não há dúvidas. É hora de valorizar o lado real da economia.

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Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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