O PIB de 2007 - o que mais importa é o investimento

De tudo que já foi publicado e dito sobre a nova metodologia adotada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o cálculo do Produto Interno Bruto a variável a ser analisada com muito cuidado é o investimento. É que a partir dos investimentos é que se abrem perspectivas para se pensar em crescimento sustentado. De um lado pessimismo: os novos números apontaram para um recuo relativo dos investimentos sobre PIB - de 20% para 16,8%. Isso ocorreu porque a base de cálculo, que é o próprio PIB, aumentou de valor. De outro lado otimismo: em 2007 o investimento foi maior do que o anteriormente divulgado, ficando em 8,7% do PIB ante aos 6,3% da antiga metodologia. Aquisição de máquinas e equipamentos, ampliação e renovação do parque industrial, novos empreendimentos, são alguns exemplos para garantir um choque de oferta que permitiria a ampliação de demanda sem que ocorra desequilíbrio no mercado. Se for dada velocidade no programa de aceleração do crescimento (PAC), ampliando o índice de investimento 16,8% (baixo, por sinal) para no mínimo 20%, patamar anterior, somada a um esforço adicional de economia dos gastos em custeio, ampliando os gastos em investimentos e ainda uma redução mais significativa na taxa de juros, poderemos projetar melhores dias para o crescimento econômico do país. Os números estão disponíveis, a capacidade em planejar a partir deles é que fará a diferença, nesse e em qualquer governo.

---

Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>