A descalibrada taxa de câmbio

O preço do dólar, ou seja, a taxa de câmbio vem tirando o sono de boa parte dos exportadores brasileiros. O Real valorizado desestimula as exportações, estimulando as importações. Parte dos custos das empresas segue uma lógica de aumentos que por vezes independe do comportamento da moeda norte americana, apesar da forte influência do câmbio nos preços internos. Os custos internos pressionam os preços dos produtos. Ao definir seus preços para atuar no mercado exterior os empresários, notadamente de pequenas e médias empresas, trabalharam no passado com uma cotação que só foi despencando ao longo do tempo. Imagine esperar receber R$ 2,40 por cada dólar vendido e agora receber ao algo em torno de R$ 2,10. Para sustentar as exportações ou há elevação do preço em dólar, ou se diminuem os custos internos ou ainda sacrifica margem de lucro. Na prática somente as grandes corporações conseguem se impor no mercado internacional. Conclusão: as empresas de menor porte estão perdendo espaço nas exportações e ainda enfrentam forte concorrência dos produtos importados, muito convidativos a um câmbio na faixa atual. Estamos elitizando o comércio exterior brasileiro. O câmbio deve continuar flexível, mas é preciso sair da inércia e estabelecer uma clara política cambial. Chega de gerar empregos no exterior. O câmbio está descalibrado.

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Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é delegado do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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