Sábado, 27 de abril de 2024

A queda na qualidade dos gostos pessoais

por Reinaldo Cafeo

Terça-feira, 21 de junho de 2005 - 19h59

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Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.

No ano passado publicamos no site Economia Online (www.economiaonline.com.br) artigo comentando pesquisa divulgada pelo IBGE que apontou o mapa dos gastos das famílias brasileiras. Dada a grande repercussão e os inúmeros e-mails, optamos por reedita-lo.

A pesquisa indicou que em 28 anos caiu a qualidade dos gastos. Alimentação, por exemplo, representava 33% da renda em 1975, e foi para 20% em 2.003. Isso não foi porque os alimentos ficaram mais baratos, mas sim para compensar aumentos de gastos em habitação, transporte, educação, saúde entre outros.

Em média, uma família no Brasil gasta sua renda da seguinte forma: 30% em habitação; 25% em alimentação; 15% em transporte; 8% em saúde; também 8% em educação; 4% em higiene pessoal, 5% em lazer e 5% em outros gastos.

Se somarmos todos os gastos chegaremos a 100% da renda. Mas todos nós sabemos que é preciso chegar ao final do mês com sobra de recursos, quer para fazer um “pé de meia”, quer para atender emergências.

Então como chegar lá? O primeiro passo é verificar sua situação atual. Levante gasto por gasto. Separe por grupos. Gastou com vale transporte? Lance o valor no grupo transporte. Gastou na farmácia? Relacione no grupo saúde. Foi a padaria? Marque o valor em alimentação. E assim por diante.

O segundo passo é verificar quanto cada grupo pesa em sua renda. Esse cálculo é fácil. Pegue o total do grupo alimentação, por exemplo, e divida por sua renda líquida. Faça isso para todos os grupos. Agora é hora das metas. Reúna a família. Discuta os gastos mais altos. Faça com que todos ajudem na redução.

No caso de compras em supermercados, leve uma lista de casa. Fique de olho nas promoções. Evite levar as crianças, pois elas normalmente forçam você a comprar os produtos não planejados. Só estoque produtos cujos preços estão em promoção, mas fique de olho no prazo de validade. Em outros setores do orçamento doméstico mensal há espaço para redução. Basta acompanhar o destino de seu dinheiro.

Fazendo novamente as contas você tem que chegar a no máximo 95% de gastos sobre a renda. Aí você está começando a administrar o dinheiro da casa.

Lembre-se: o pior planejamento é aquele que não existe. Então mãos a obra.
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