Domingo, 28 de abril de 2024

O copom

por Reinaldo Cafeo

Terça-feira, 8 de março de 2005 - 15h00

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Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.

O Comitê de Política Monetária, o Copom, é composto por diretores do Banco Central. Esse Comitê analisa como está a conjuntura econômica, principalmente o controle da inflação e toma a decisão quanto aos juros. Ultimamente a decisão tem sido pela alta dos juros.

A lógica é essa: as empresas aumentam os preços. Os consumidores mesmo sabendo disso acabam se entregando ao consumo. Os preços não caem. Aí vem o governo e aumenta a taxa de juros. Essa taxa de juros é conhecida como básica, pois o governo vende seus títulos para financiar suas atividades remunerando nesse percentual.

Juros dos títulos maiores forçam os bancos a remunerar mais quem aplica dinheiro no banco. Isso faz com os juros para quem vai tomar empréstimos seja maior.

Com juros maiores os consumidores pensam duas vezes antes de fazer uma compra a prazo. Os produtos começam a sobrar nas prateleiras. As empresas são obrigadas a fazer promoção, forçando os preços para baixo e a inflação não dispara.

Além disso, o governo se utiliza desses juros para atrair o investidor estrangeiro. Com juros maiores quem tem dinheiro no exterior acaba aplicando no Brasil e conseguimos os dólares que precisamos.

problema é que, ao controlar a inflação com juros altos, o crescimento da economia do país é menor, afinal, sem vender o quanto queriam as empresas encolhem de tamanho.

Como o governo tem como prioridade controlar a inflação, teremos, lamentavelmente que conviver com juros altos, que por sinal, é a segunda maior da taxa do mundo.

O governo podia atacar as grandes empresas, fazer acordos setoriais, mas falta vontade política para isso.
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