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Scot Consultoria

Seleção: lição de casa que precisa ser bem acompanhada


Terça-feira, 27 de janeiro de 2009 - 12h02

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


por Ivan B. Formigoni Em tempos de crise é comum e verdadeiro pensarmos que os empresários mais eficientes terão os melhores resultados econômicos. Resultados que lhes permitem fortalecer e até mesmo expandir o negócio. Portanto, entendemos por eficientes os modelos de produção que apuram lucro sustentável capaz de remunerar o capital investido. Certamente que são inúmeros os fatores que condicionam um sistema produtivo eficiente. Fatores esses que envolvem áreas técnicas e administrativas. Do ponto de vista técnico, escopo deste artigo, nos concentraremos no melhoramento genético animal. Quem já não ouviu um pecuarista dizer que investe na seleção do rebanho? Sem dúvida que o melhoramento, apesar de ser uma estratégia de longo prazo, é relativamente barato e representa ganhos cumulativos expressivos. O fato é que não estamos discutindo a viabilidade do uso da seleção, mas se o pecuarista que diz praticar o melhoramento genético o está fazendo de um modo que possa otimizar resultados e, principalmente, se ele sabe se o que está melhorando realmente representa seus objetivos econômicos. O que melhorar ou o que esperar do melhoramento genético? A resposta para a pergunta parece óbvia, mas na prática não é. Como dissemos, qualquer decisão técnica está (ou deveria estar) baseada na expectativa de maximizar lucro, seja por contribuir para maiores receitas, para menores custos ou eventualmente ambos. Partimos da premissa que qualquer investimento, seja ele em pastagem, genética, sanidade, etc., é realizado na esperança de que melhores resultados econômicos possam ser alcançados. Pois é, voltando ao melhoramento genético, como saber se a decisão de seleção irá refletir em maiores lucros para o pecuarista? Aí começa o desafio. Não é aconselhável apenas adquirir animais ou sêmen de animais geneticamente superiores, provados, e incorporar no rebanho sem critérios ou direcionamentos. Antes disso, é preciso saber qual o melhor animal para cada sistema produtivo. Conhecer os animais que apresentam melhor desempenho para o conjunto de características relevantes para o lucro de um modelo de produção. Lembre-se que o que é melhor para um pode não ser o melhor para outro pecuarista. Em outras palavras, um rebanho pode requerer mais atenção para ganhos em fertilidade, enquanto outro para peso de venda. Depende do objetivo e do nível de produtividade de cada caso. Com isso, é preciso saber o que melhorar e quais as características passíveis de seleção melhor contribuem para o lucro do sistema produtivo. Vale ressaltar que esta análise é específica a cada particular sistema de produção. Ou seja, o pecuarista deve conhecer seu rebanho, seus índices de desempenho para cada característica e saber o que esperar a partir da seleção. Por exemplo, conhecendo o desempenho do rebanho o pecuarista pode estabelecer metas (reais, de acordo com as circunstancias de produção local) e, principalmente, selecionar para critérios de seleção que se relacionem com o objetivo estimado. Pode ser que certo rebanho apresente índice de produtividade baixo para fertilidade e bons indicadores de peso de venda. Nesse caso, embora haja possibilidade de ganhos de seleção nas características de peso, é mais relevante focar os esforços em fertilidade. Mas, para essa decisão há necessidade de conhecer o rebanho, controlar e utilizar os dados para a tomada de decisão.
Ivan B. Formigoni é zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.
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