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Há 40 anos, DDT precipitou restrições

Há 40 anos, DDT precipitou restrições


Como boa parte das descobertas científicas, os agrotóxicos mais eficientes foram encontrados por acaso. Foi assim com um dos maiores símbolos do campo, o DDT (sigla de diclorodifeniltricloroetano), criado em 1939 com o objetivo de combater mosquitos transmissores de doenças aos soldados aliados na Segunda Guerra. No Mediterrâneo, o DDT teve sucesso no combate ao tifo. Nos trópicos, derrubou os índices de malária. Terminada a guerra, o inseticida teve novos usos de aplicação, como a agricultura. Os produtores rurais o louvavam como um milagre - nunca antes tinham obtido resultados tão bons contra pragas. O uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes, aliado ao desenvolvimento genético de sementes, contribuiu para a "Revolução Verde", um amplo programa para elevar a produção agrícola no mundo. Tudo poderia ter sido diferente se o DDT ficasse onde fosse aplicado. Mas no fim dos anos 40, o FDA, agência para alimentos e medicamentos dos EUA, já encontrava os primeiros indícios do inseticida no leite retirado de vacas que não haviam tido contato com a pulverização. Dez anos depois, virtualmente todo americano tinha algum vestígio de DDT na gordura do corpo. Em 1962, a cientista Rachel Carson publicou "Primavera Silenciosa", a bomba denunciatória dos malefícios dos agrotóxicos ao ambiente. Relatos minuciosos mostravam como a química agia sobre a flora e a cadeia alimentar no território americano - a mortalidade de animais que explicava o silêncio daquela primavera. A indústria química reagiu. Rachel foi chamada ao Senado para explicar o conteúdo de seu livro. A obra ajudou a formar o movimento ambientalista, que continuou pressionando por restrições nas fórmulas e no uso desses produtos. Fomentou também questionamentos acadêmicos e leis, em diferentes esferas, que exigiram responsabilidade das empresas. O DDT foi banido pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA em 1972, decisão seguida por outros vários países. No Brasil, o agrotóxico foi banido apenas nos anos 90, mas países pobres continuam utilizando-o largamente, graças ao seu baixo preço e à alta eficiência de curto prazo. Fonte: Valor Econômico. Por Bettina Barros. 22 de novembro de 2010. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
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