Apesar da queda brusca no comércio de máquinas agrícolas no ano passado, as projeções eram de que 2015 pudesse ser de recuperação nas vendas.
Apesar da queda brusca no comércio de máquinas agrícolas no ano passado, as projeções eram de que 2015 pudesse ser de recuperação nas vendas. Não foi o que ocorreu no primeiro semestre. O recuo de 25,0% nos negócios fez empresários do setor começarem a olhar a segunda metade do ano - quando os produtores já teriam em mãos parte do crédito subsidiado do Plano Safra - como um período de redenção. Mas também não foi o que aconteceu, pelo menos até agora.
- Eu tinha esperança de que o segundo semestre fosse melhor, mas não há reação nas vendas. O produtor está assustado. Contamos com a Expointer para alavancar negócios - diz Claudio Bier, presidente do Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers).
Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Bastos de Oliveira diz que, além do pessimismo com a crise, há outros dois fatores que contribuem para a retração: a elevação da taxa de juro do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e do Moderfrota, de 4,5% para 7,0% e 7,5%, respectivamente, e a redução da rentabilidade da soja.
A política de crédito costuma impactar diretamente nos números do setor e foi um dos responsáveis pelo excepcional resultado de 2013, quando o governo reduziu o custo do empréstimo para 2,5%, estimulando a compra de tratores e colheitadeiras. De lá para cá, a taxa subiu para 4,5% e, desde março deste ano, chegou a 7,0% para pequenos produtores e 9,5% aos grandes. O aumento acompanhou a taxa básica (Selic) e ocorreu como parte do ajuste fiscal do governo.
Com as vendas em declínio, a indústria reforçará as estratégias para a Expointer, com diversificação de máquinas e alternativas de crédito, como receber parte do pagamento em grãos. Se a tática der certo, a crise, que em outros setores é uma tempestade, pode ser apenas um vento forte para o agronegócio.
Fonte: Estadão conteúdo. 11 de agosto de 2015.
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