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Concentração de varejo dificulta venda de alimentos


Sexta-feira, 17 de julho de 2015 - 15h47

Está cada dia mais difícil para os setores de alimentos negociarem com as redes de varejo. Elas crescem e adquirem mais força.


No ano passado, as cinco principais cadeias de varejo do mundo, entre elas Walmart e Carrefour, somaram um faturamento de US$1,00 trilhão.


Além desses grandes grupos, as indústrias de alimentos se deparam, ainda, com "pools" de compras. Neste caso, o faturamento dos cinco principais atingiu US$699,50 bilhões no ano passado. Somados esses faturamentos, o valor atinge US$1,70 trilhão, o correspondente a um PIB (Produto Interno Bruto) da Rússia.


"Essa concentração faz com que as negociações sejam cada vez mais com menos clientes e em um ambiente mais adverso", diz Ibiapaba Neto, da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos).


Esse poder do varejo força também a concentração de setores produtivos das diversas cadeias do setor de alimentos. Ibiapaba destaca o caso do suco de laranja, onde uma única empresa compra 15% do produto brasileiro. Essa empresa é a união de três do setor, o que deu a ela um poder de barganha maior.


Essas dificuldades ocorrem em um momento de redução mundial de consumo de suco, concorrência mais acirrada e custos elevados, devido às novas pragas que atacam os pomares.


Na safra 1993/94, os brasileiros eram responsáveis por 85% do suco importado pelos Estados Unidos. Na safra 2003/04, esse percentual já era de 70%, caindo para 59% atualmente.


Há 20 anos, os brasileiros participavam com 27% do suco consumido nos Estados Unidos. Esse percentual, que chegou a apenas 11% há dez anos, voltou a 25% atualmente, devido à queda de produção na Flórida.


O Brasil perde margem nas importações norte-americanas devido à ausência de acordos comerciais. Beneficiado pelo Nafta, o México é o país que mais vem ganhando parte nesse mercado norte-americano.


Em 2004, os mexicanos exportaram 39 mil toneladas de suco para os Estados Unidos. No ano passado, foram 85 mil.


Além de enfrentar as grandes corporações internacionais, as indústrias de produção de alimentos têm à sua frente às concentrações em seus países.


Nos anos 2000, os cinco principais grupos de varejo da Suíça detinham 81% do mercado. No ano passado, esse percentual já era de 92%, segundo Ibiapaba.


A concentração cresce também no Reino Unido, onde o percentual saiu de 51%, em 2000, para os atuais 61%.


No Brasil, os cinco principais grupos detinham 41% de participação do mercado varejista em 2000, o menor percentual entre os 15 principais países.


No ano passado, essa participação era de 63%, mais intensa do que em outros quatro países desse mesmo grupo de 15.


Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 16 de julho de 2015.



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