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No Vermelho


Terça-feira, 12 de maio de 2015 - 08h27

O Brasil teve o primeiro deficit comercial com a China num primeiro quadrimestre desde 2008. As exportações somaram US$9,63 bilhões até abril, com recuo de 32% em relação ao resultado de igual período de 2014. As importações também caíram, mas só 4%, para US$12,2 bilhões.


A grande sangria dessa perda de força do comércio brasileiro foram soja e minério de ferro. Juntos, arrecadaram US$5 bilhões a menos.


A perda só não foi maior porque o Brasil avançou nas exportações de petróleo, açúcar, carnes e milho para o país asiático.


Essa perda de receitas do Brasil ocorre devido ao fim dos preços elevados das commodities. E as maiores quedas ficaram exatamente para os dois principais itens da balança comercial brasileira.


No caso da soja, o país ainda pode recuperar parte dessa queda. A exportação da oleaginosa está em ritmo lento, e as compras chinesas caíram 25% em relação a 2014.


Mesmo com a retomada do volume comercializado, no entanto, as receitas vão ficar distantes das obtidas no ano passado, devido à queda internacional dos preços.


Até abril, a China veio buscar 10 milhões de toneladas de soja no Brasil e desembolsou US$3,92 bilhões. Esse valor é 42% inferior ao de janeiro a abril do ano passado.


No caso do minério, as perdas não têm recuperação porque o país continua exportando praticamente o mesmo volume do ano passado, mas com receitas 53% inferiores.


A China comprou 50 milhões de toneladas de minério brasileiro até abril, 2,4% menos do que em 2014. As receitas, no entanto, caíram para US$2,1 bilhões, ante US$4,5 bilhões do ano passado.


Na contramão, o petróleo deu um alívio para o Brasil nas relações com a China. Os chineses gastaram US$1,33 bilhão com óleo brasileiro, o dobro do que haviam despendido até abril de 2014.


Diversificação


A diversificação da pauta brasileira com os chineses, principalmente a do agronegócio, impediu deficit maior.


Mesmo com as dificuldades de exportação de açúcar, devido ao superavit mundial, o Brasil ampliou as vendas para a China, que gastou US$242 milhões com o produto, ou 14% mais.


O Brasil ampliou também as vendas de carnes, principalmente as de frango. As exportações desse tipo de proteína cresceram e atingiram US$180 milhões no ano, 13% mais do que em 2014.


Já a venda brasileira de carne suína e bovina feita diretamente para a China é pouca porque passa por Hong Kong, que está, aliás, no topo da lista dos importadores dessas carnes do Brasil.


Ainda incipientes, as importações chinesas de milho do Brasil devem crescer. Praticamente ausentes do mercado brasileiro em 2014, os chineses estão aumentando as compras neste ano.


As vendas de frutas secas, café e alimentos industrializados também crescem, mas os números são inexpressivos diante da balança total.


O país também ganhou mercado na China com produtos industrializados como fungicidas, plástico, fibras têxteis, borracha, vidros e móveis. Em vários desses caos, no entanto, o volume importado da própria China supera o exportado pelo Brasil.


Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 9 de maio de 2015.



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