Apesar do forte avanço na semana passada, a safra 2014/15 de milho em Mato Grosso deve ter o maior percentual de plantio fora da janela considerada ideal. É a avaliação do Instituto de Economia Agropecuária do estado (IMEA).
Na última semana, a semeadura chegou a 64,6% da área prevista para a cultura, de pouco mais de 2,80 milhões de hectares. Mas a aceleração do trabalho de campo não foi suficiente na avaliação dos técnicos e a expectativa é de ritmo ainda mais intenso para esta semana.
"A expectativa de baixos volumes de chuva para os meses a partir de abril, vem preocupando os produtores do cereal quanto a produtividade da lavoura, fazendo com que corram contra o tempo para evitar as possíveis perdas", diz a instituição, em informe semanal.
Mercado
Em relação aos preços, o IMEA registrou na semana passada uma queda de 2,2% na cotação média da saca de 60 quilos no estado. O valor chegou a R$15,69 Nesta mesma época, no ano passado, a saca estava acima dos R$16,00.
O movimento de baixa acompanhou os principais contratos na Bolsa de Chicago. O vencimento março de 2015 caiu 2,1% na semana passada e chegou a US$3,79 por bushel. Julho de 2015 teve queda de 1,8%, chegando aos US$3,96 o bushel.
Ao mesmo tempo, o frete passou a pressionar mais o custo do produtor mato-grossense. Com uma alta de 10,94 pontos percentuais, a relação chegou a 107,2% do valor do produto, ou seja, o transporte traz perda líquida ao agricultor.
Neste cenário, o IMEA informa que contratos de longo prazo tem sido preferidos nas negociações a termo. O objetivo é aproveitar a alta do dólar e preços um pouco mais elevados. "No entanto, o produtor deve ter em mente que esses contratos mais prolongados também implicarão maiores custos com armazenagem do milho."
Fonte: Globo Rural. 3 de março de 2015.
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