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Scot Consultoria

Confinamento de gado leiteiro aumenta lucro de produtores de Santa Catarina


Sexta-feira, 18 de janeiro de 2013 - 15h04

Tecnologia e genética podem influenciar a qualidade e o volume de leite produzido em uma propriedade. Por isso, alguns produtores vêm optando pelo sistema conhecido como free stall, que nada mais é do que produzir leite com o gado confinado. 


Enquanto o rendimento médio da produção leiteira no Brasil é de seis a sete litros diários de leite por animal, na fazenda da família Callfass, em Xanxerê (SC), as vacas produzem três vezes mais. Considerando os animais que recém deram cria e estão no pico de lactação, a média sobe para 36 litros/dia. Nesses casos, a ordenha é feita três vezes ao dia e há vacas que chegam a produzir 50 litros de leite diariamente.


A atividade de leite tem muitos fatores, como sanidade, conforto do animal e nutrição. Esses são fatores essenciais - explica o produtor Paulo Callfass.


Na hora de tirar o leite, as vacas fazem fila em frente à sala de ordenha. São 300 animais na propriedade e o espaço é digno do tamanho da produção que, no pico, chega a 7,5 mil litros/dia. O bom rendimento é resultado da evolução genética do rebanho, coordenada por um funcionário exclusivo para a inseminação dos animais.


Alguns cuidados também são tomados para manter a produtividade. No espaço reservado à alimentação das vacas, por exemplo, a temperatura é de, no máximo, 22°C. A ração é feita na fazenda com insumos produzidos ali mesmo, mas, mesmo com todos os cuidados, Callfass não está livre dos problemas climáticos.


Quando a chuva é regular, a pastagem cresce rápida e volumosa, mas, em épocas de seca, há dificuldade para alimentar o rebanho. Para evitar este tipo de problema, o produtor decidiu confinar os animais.


As instalações do barracão que vai abrigar as vacas devem ser concluídas ainda em janeiro. São 175 metros de comprimento por 32 metros de largura. A ideia é ampliar o plantel de 300 para 500 vacas e, a partir daí, os animais só vão deixar o barracão na hora da ordenha.


Os animais, independente da época do ano, estarão sempre aqui com a mesma disponibilidade de volumoso, de água e de conforto. Estamos com a expectativa de que, depois de adaptados, possamos trabalhar com uma média de 30 litros de leite para cada vaca, por dia.


Callfass não planeja aumentar os lucros apenas com o maior volume de leite produzido. Trabalhando com os animais em confinamento, uma única pessoa será capaz de alimentar todo o rebanho, segundo o produtor.


A limpeza do barracão será feita de forma automática e sem a utilização de água. Uma lâmina puxada por uma expia percorrerá o espaço de duas em duas horas, trazendo os dejetos até um fosso. O que é liquido segue para um tanque e, o que for sólido, para outro, para que possa ser feito o devido tratamento. Outra vantagem, de acordo com Callfass, é que, com o confinamento, será possível alimentar as 500 vacas com a mesma área que hoje alimenta 300 animais.


Em função do valor muito elevado das terras, acreditamos que usando a terra para fazer silagem vamos ter um aproveitamento muito maior do que se fôssemos destinar para o pasto - afirma o produtor.


Na região, porém, são poucos os produtores que apostam no confinamento do gado leiteiro e a maior parte do leite produzido no oeste catarinense vem de agricultores familiares. A família Dall Acqua, porém, adotou o sistema de confinamento para a produção de leite há quase um ano.


A terra disponível para a atividade da família é de 55 hectares. Depois que confinaram o rebanho de 50 animais, as vacas passaram a produzir, em média, três litros de leite a mais por dia e as projeções para os próximos meses são animadoras.


A produção está boa. Temos média de 20,5 litros por dia e queremos chegar a 25 litros ainda neste ano. Na região, o que se costuma produzir é apenas 15 litros - explica o administrador da propriedade, Rafael Dall Acqua.


A meta é ousada quando se trata de um rebanho de gado Jerssey, caso dos Dall Acqua. No patamar em que estão, eles já são referência em produtividade, já que a média regional de vacas Jerssey é de 15 litros por dia. Rafael conta que a opção por esta raça se deu pela facilidade de adaptação a diferentes ambientes.


Por aqui, as instalações são rústicas, o que permitiu uma boa economia na hora de construir, sem afetar o bem-estar animal. Enquanto o valor médio pago ao produtor da região é de R$0,80 por litro, a família tem recebido R$1,05 por litro, em função da qualidade do leite Jerssey.


Até o momento, foram investidos R$300 mil em infraestrutura e outros R$15 mil em genética. No antigo sistema, os produtores enfrentavam dificuldades para alimentar o gado e, agora, eles até já fazem planos de aumentar o plantel.


Fonte: Ruralbr. Pela Redação. 17 de novembro de 2013.



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