O governo da China decidiu vender algodão de suas reservas estatais, uma medida que pode causar grande impacto sobre o mercado internacional do produto. A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma do país (NDRC, na sigla em inglês) informou que planeja liberar estoques para atender à demanda da indústria têxtil local, de acordo com nota em seu site com data de 28 de dezembro. No entanto, o NDRC não deu detalhes sobre o volume ou data.
A notícia ajudou a empurrar os preços futuros da commodity ao menor patamar em três semanas. A China, maior produtor e consumidor mundial de algodão, vem estocando produto desde 2011 e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que o país detinha 47% dos estoques mundiais em 31 de julho. As aquisições chinesas de pluma dos EUA deram suporte às cotações e a venda de reserva poderia significar a redução das importações e da demanda por algodão norte-americano, segundo analistas.
A liberação do produto "seria baixista para os futuros do algodão, mas suspeitamos que eles venderão apenas um volume pequeno até passar a temporada de plantio no fim da primavera (do Hemisfério Norte)", disse John Flanagan, presidente da Flanagan Trading. Se a China vender um volume grande, os preços domésticos poderiam cair e desestimular o plantio.
No entanto, também há rumores de que a China poderia atrelar a liberação das reservas à importação de produto livre de impostos. Empresas que comprassem das reservas poderiam também ser autorizadas a importar um volume igual do exterior. Neste ano, a produção de fibra da China teve baixa qualidade, assim a indústria compra do exterior para misturar com os estoques domésticos, de acordo com participantes do setor.
"Neste caso, se as cotas adicionais de importação estiverem atreladas à liberação, (a notícia) seria neutra ou altista" para o mercado, disse Sharon Johnson, especialista em algodão da Knight Futures.
Fonte: Estadão Conteúdo. Pela Redação. 5 de janeiro de 2013.
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