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Scot Consultoria

Carnes devem ficar mais salgadas na ceia de Natal


Sexta-feira, 9 de novembro de 2012 - 15h23

A proximidade das festas de fim de ano, que fazem triplicar a demanda por alimentos tradicionais como o filé mignon, picanha e o lombinho suíno, já deu sinal verde para a alta de preços dos alimentos, carros-chefes do Natal e Ano Novo. A estimativa do mercado é que a partir da próxima semana até a véspera do Natal os preços não fujam à média histórica. Embalados pelo emprego temporário e 13º salário os preços dessas carnes devem acelerar cerca de 20% no acumulado do período, o que é mais de três vezes a inflação do país em 12 meses. O custo de vida medido pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que em outubro os preços da carne saíram do patamar de estabilidade para registrar alta de 2,06% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).


O grupo alimentos e bebidas consolidou a principal pressão no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outubro a inflação avançou 0,47% na RMBH e 0,59% no país. O índice nacional acumulado em 12 meses de 5,45% e, na Grande BH, de 5,67% superam a estimativa do mercado, que prevê taxa de 5,44% no fechamento do ano. Há 31 anos no mercado, André da Mata, dono da Boutique da Carne, na Região Sul de Belo Horizonte, já recebeu aviso de seus fornecedores que a partir do dia 15 os preços das carnes serão corrigidos. Ele explica que a oferta não é suficiente para responder à demanda da época e o comportamento do consumo faz os preços crescerem em patamares recordes. "No Natal a procura pelo filé mignon, por exemplo, cresce a uma proporção de três por um. Não há oferta para responder à demanda."


Pesquisa do Mercado Mineiro aponta que nos supermercados de Belo Horizonte o preço médio do filé mignon é de R$42,40. Uma alta de 20% elevaria o valor em R$8,48, já nas casas de carne onde o preço médio é de R$27,33 a alta seria de R$5,40. Há 15 anos no mercado, o proprietário do Bufê Churrasco de Minas, Rodrigo Moran Fernandes, diz que tradicionalmente o mercado já espera pela alta que chega aos produtos a partir de novembro. Segundo ele, a picanha chega a acumular valorização de 20%, mas o que mais dispara nessa época são os suínos. "Em dezembro o preço do lombinho chega a subir 40%", apontou.


Douglas Coelho, consultor da Scot consultoria, que é especializada no mercado agropecuário, aponta que os frigoríficos já sentiram a redução das escalas de abate. "O mercado do boi gordo deve seguir firme e há espaço para novas altas até dezembro." O mês abriu com alta de 2% no valor da arroba em São Paulo e cerca de 1% em Belo Horizonte. Os preços médios, que variam entre R$96 e R$98, já são estimados em R$100 no fim do ano pelo mercado futuro.


Otimista, Pedro Montalvânia, proprietário do Frigorífico Montalvânia, na Região Central de Belo Horizonte, diz que o preço do filé mignon, hoje comercializado por R$27,90, deve avançar 8% até o Natal, atingindo R$30. "Existe uma boa oferta do produto e o consumo da população está contido", diz.


Fonte: Estado de Minas. Por Marinella Castro. 8 de novembro de 2012.



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