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Scot Consultoria

Preço de fertilizantes volta a subir em Goiás às vésperas do início da safra


Segunda-feira, 27 de agosto de 2012 - 09h13

O preço médio dos fertilizantes em Goiás no primeiro semestre de 2012, comparado ao mesmo período do ano de 2011, teve elevação de 13,5% e isso impactou os custos totais de produção das diversas culturas para o produtor rural, já que os adubos representam, em média, 25% dos custos totais da produção agrícola.


Para este ano a expectativa é de um consumo um pouco maior, já que os preços dos produtos agrícolas estão em patamares recordes como o caso da soja, o que incentiva muitos produtores a aumentarem área de plantio ou abertura de novas áreas.


Historicamente nota-se a tendência nesse momento de alta dos preços, mas as previsões de aumento de plantio em função das boas cotações de soja e milho com certeza irão impactar ainda mais esse preço já que a demanda será maior. Mesmo assim, Goiás registrou um grande volume de aquisição de fertilizantes feito de forma antecipada e quem pôde aproveitar o momento apropriado para fazer a aquisição com certeza irá receber bons dividendos na próxima safra. Os preços estiveram 8,8% mais caros no primeiro trimestre desse ano, mesmo assim, comparado às médias históricas do segundo semestre e o atual momento altista nos preços internacionais, conclui-se que foi um bom negócio a antecipação das compras por parte de alguns produtores. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), a quantidade de fertilizantes entregues até julho está 3,5% maior, se comparado ao mesmo mês do ano passado.


Os preços dos fertilizantes subiram em média 2% em julho comparado a junho, depois de queda nos valores comparados a maio e junho. O fechamento médio de preços foi de R$1.272,16 a tonelada no mês de julho, 13,5% mais caro comparado ao preço médio de julho de 2011.


Neste ano, a soja valorizou 25,8% no mercado local, o arroz 2,9% e o feijão 91%, isso seria extraordinário se os custos totais não tivessem aumentado em função de fatores como aumento de gastos com mão-de-obra e arrendamento, além dos custos com fertilizantes e defensivos. Na verdade tudo subiu e a rentabilidade do produtor não é o que parece ser. Os produtores de algodão estão sendo os mais penalizados no comparativo de médias, pois o preço médio do ano caiu 35% em relação a 2011. Os custos variaram obviamente para cima. Os custos do arroz estão 4,7% maiores, do algodão 4,2%, do feijão e milho 10% maiores e da soja 9,5% maiores em 2012, comparados a 2011 e todos com tendência de aumento.


As matérias-primas para os fertilizantes em Goiás tiveram, em média, uma alta de 1,5%, com destaque para o aumento expressivo de nitrato de amônia (10,4%). Já os formulados tiveram alta de 2,4%. Como exemplo, podemos citar um formulado utilizado em soja o NPK 00.20.18 que teve alta de 2,95% passando de R$1.097,67 a tonelada em junho para R$1.130,00 em julho. O formulado com nitrato de amônia (18.00.27) ficou 14,4% mais caro em um mês. Os preços de calcário se mantiveram estáveis até o momento, mas em outras regiões do país já se verifica alta nos preços e o movimento altista pode chegar por aqui. O gesso teve uma escalada de preço onde no início do ano custou até R$60,00 a tonelada, em julho fechou na média de R$82,00 a tonelada (alta de 36,6%).


No mercado internacional, a variação percentual já projeta preços maiores para o final do ano depois de consecutivas quedas de preços na média desde junho. Os preços caíram em 2,9% em média com destaque para os nitrogenados. Como já dito, apesar da queda, o comportamento do mercado não dá intenções de baixas para os próximos meses. O fluxo de navios no hemisfério norte já começa a se intensificar e problemas nos portos brasileiros em função de greves de fiscais poderão trazer muitos problemas. Atualmente, 150 navios estão parados nos portos brasileiros gerando um custo de R$12 milhões diários, o que impactará o preço final de diversos produtos, inclusive fertilizantes. As importações cresceram 23,8% em julho, segundo dados da ANDA, e sem dúvidas há muita matéria-prima visando atender os contratos já existentes e a demanda futura. Mais uma vez vamos observar o personagem da ponta de toda cadeia pagando por esses problemas logísticos, o produtor rural.


Nas relações de troca, o destaque foi o feijão, com alta de quase de 58%, comparado a junho, isso pela queda no preço do produto agrícola (-35%) no mês de julho. Outro destaque foi o milho que necessitou de 58,5 sacas para aquisição de uma tonelada de fertilizante, em junho eram ncessárias quase 69 sacas (37 sacas a menos para a compra de uma tonelada de adubo) isso graças à valorização no preço médio de 21%, comparado a junho.


Nessa véspera de início de safra há uma preocupação evidente com relação ao aumento de preços de outros insumos básicos como sementes e defensivos, já que há uma previsão de aumento de área e, consequentemente, da demanda, inclusive há rumores de falta desses insumos básicos para atender os produtores. A principal orientação é antecipar ao máximo as compras de insumos e tentar otimizar o uso do produto nas lavouras utilizando instrumentos que promovam isto, como a análise completa de solo e equipamentos bem regulados. Nesse mundo globalizado, e de economia altamente dinâmica, qualquer detalhe que comprometa a rentabilidade pode colocar o negócio em situação complicada.



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