• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Clima e câmbio pressionam resultado das usinas


Sexta-feira, 17 de agosto de 2012 - 15h39

Os três grupos sucroalcooleiros com capital aberto, Cosan / Raizen Energia, São Martinho e Tereos Internacional / Guarani, tiveram um primeiro trimestre difícil nesta safra 2012/13. As chuvas atrapalharam a moagem de cana e as exportações de produtos, os preços de açúcar e etanol declinaram e a variação cambial turbinou a dívida em dólar (sem gerar efeito caixa).


O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de todas as empresas recuou na comparação com igual trimestre do ciclo passado. Na São Martinho, que divulgou nesta quarta-feira (15/8) seu resultado, o Ebitda ajustado caiu 28,2%, para R$105,6 milhões. O Ebitda da Raízen Energia recuou 21,4%, para R$323,5 milhões. Na Guarani, o Ebitda ajustado mergulhou 63,6%, para R$41 milhões.


As chuvas excessivas nos meses de maio e junho reduziram drasticamente a moagem das usinas, que agora esperam, com o clima mais favorável, recuperar o tempo perdido e compensar o primeiro trimestre ruim nos próximos meses. "Em torno de 70 mil toneladas de açúcar já estavam no porto e não puderam ser embarcadas. Se não fosse isso, teríamos um lucro bem próximo do realizado no mesmo trimestre do ano passado", disse o presidente da São Martinho, Fábio Venturelli. O lucro líquido (atribuído a acionistas) da empresa foi, no 1º trimestre da safra, de R$2,4 milhões, ante os R$37,9 milhões de um ano atrás.


Além do desafio de correr contra o relógio para moer cana, os grupos se protegem em bolsa para garantir preços remuneradores de açúcar. A Raízen Energia tem hedge de 2,108 milhões de toneladas da commodity, ou 74,4% do volume que será exportado no ciclo 2012/13, ao preço médio de 22,88 centavos de dólar por libra-peso. A São Martinho fixou, até 30 de junho, 529 mil toneladas de açúcar do ciclo 2012/13 ao preço médio de 24,3 centavos de dólar por libra-peso. O volume equivale a 67,5% do açúcar disponível para venda nos próximos trimestres da safra.


Já a Guarani é, entre as três, a com menor volume fixado. A companhia informou que 402 mil toneladas de açúcar da safra atual estão com preços fixados ao valor médio de 19,20 centavos de dólar por libra-peso. A companhia também fez hedge cambial desse volume com cotação média de R$1,965. A quantidade fixada corresponde a cerca de 35% da produção esperada para o ciclo.


Nesta quarta-feira (16/8), as cotações do açúcar na bolsa de Nova York (contrato março) fecharam sem variação, a 20,90 centavos de dólar por libra-peso. No ano, a commodity amarga queda de 8,93%, segundo o Valor Data. O etanol, que traz pouca alternativa de hedge às usinas, não vem remunerando até o momento o custo total de produção das companhias. Nesta quarta-feira (15/8), o preço do metro cúbico do hidratado (indicador Esalq/BM&F, Paulínia) fechou em leve alta de 0,05% a R$1.073,50, mas acumula queda de 13% no ano, e em comparação com o mesmo período do ano passado, está 11% mais baixo.


Fonte: Avicultura Industrial. Pela Redação. 16 de agosto de 2012.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja