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Scot Consultoria

Produtor de leite perde com receita menor e custos maiores


Quarta-feira, 15 de agosto de 2012 - 08h30

Após meses registrando apenas ligeiros aumentos nos custos da atividade leiteira, em junho a alta nos custos foi mais expressiva, segundo indicam cálculos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Considerando-se a média ponderada dos estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Custo Operacional Efetivo (COE), que representa o desembolso do produtor, teve alta de 3% de maio para junho enquanto o Custo Operacional Total (COT), que representa o dispêndio da atividade, registrou alta de 2,6% no período.


Já a receita do produtor caiu, reduzindo a margem de lucro na atividade: o preço médio recebido pelo leite em junho teve queda de 1,24% frente ao mês anterior, considerando-se a "média nacional" (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia) calculada pelo Cepea.


Os custos com alimentação concentrada, mais uma vez, tiveram destaque, com valorização de 7% de maio para junho, na média ponderada pelos mesmos estados. Segundo pesquisadores do Cepea, fatores como a quebra na produção de soja no Brasil e incertezas quanto à safra de soja nos Estados Unidos, elevaram a procura pelo grão, impulsionando os preços - a menor oferta do grão no mercado brasileiro levou, inclusive, processadoras nacionais a importarem o grão de países vizinhos.


Para os próximos meses, além da forte valorização da soja, a maior demanda por insumos utilizados na lavoura, como os fertilizantes, também sinaliza que os custos tendem a se manter em patamares elevados.


Quanto ao período de janeiro de 2012 a junho de 2012, o COE aumentou 4,3% e a receita do produtor, somente 1%, reduzindo a sua margem no período. De acordo com painéis realizados pelo Cepea, dentre os principais itens que compõem os custos de produção de leite, os que mais pesam no bolso do produtor são a mão de obra e a alimentação, especialmente a concentrada (ração).


O primeiro semestre deste ano, portanto, é bem diferente do cenário observado no ano passado. De janeiro de 2011 a junho de 2011, o COE registrava queda de 2,8% ao passo que o preço do leite pago ao produtor subia expressivos 17,2%. Naquele período, os preços dos grãos estavam em baixa, o que aliviava os custos.


O poder de compra do produtor, medido pela relação de troca de leite por insumos, reflete essa mudança. Em junho de 2011, o produtor precisava de 733 litros de leite para a compra de uma tonelada de farelo de soja e de 678 litros de leite para o pagamento de um salário mínimo. Já em junho de 2012, foram necessários 1.224 litros de leite para se adquirir uma tonelada de farelo de soja e de 785 litros de leite para o pagamento de um salário mínimo, aumentos expressivos de 67% e de 16%, respectivamente.


Fonte: Sociedade Rural Brasileira. Pela Redação. 14 de agosto de 2012.



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