• Domingo, 28 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Fazenda estuda leilão e compras institucionais de carne suína


Sexta-feira, 13 de julho de 2012 - 09h45

O Ministério da Fazenda deve se posicionar até a próxima terça-feira (17/7) sobre a possibilidade de compras institucionais de carne suína para os programas oficiais de alimentação e o estabelecimento de um preço de referência, em caráter emergencial, para leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), ao valor de R$2,30/kg.


O PEP, subsídio dado ao frete, ocorreria apenas na região Sul. O volume previsto é de 50 mil toneladas e os recursos da ordem de R$20 milhões, com valor do prêmio de R$0,40/kg.


O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, após receber lideranças dos 700 suinocultores que realizaram nesta quinta-feira (12/7) manifestações em Brasília, de protesto contra a crise que o setor atravessa desde o início do ano passado, em função da retração da demanda, alta de custos e queda dos preços.


Mendes Ribeiro disse que as medidas emergenciais anunciadas pelo governo dão início a um processo de fortalecimento do setor, "pois da crise não se sai de um momento para o outro". Ele acredita que a Linha Especial de Crédito (LEC) de R$200 milhões, anunciada mais cedo, pode contribuir para enxugar a oferta, pois as indústrias contarão com financiamentos a juros de 5,5% ao ano para antecipar suas compras de leitões que serão vendidos nas festas de fim de ano.


Para acessar a LEC, as indústrias terão que pagar R$3,70/kg de animal vivo. O governo também prorrogou por seis meses as dívidas de custeio e as parcelas de investimento serão adiadas para um ano após o pagamento da última mensalidade.


O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, diz que a iniciativa do governo de financiar a compra antecipada de leitões, ao preço de R$3,60/kg, pode esbarrar na falta de espaço para armazenagem nos frigoríficos, que já estão carregando estoques.


A ABCS calcula que, nos últimos cinco anos, os produtores vêm acumulando prejuízos de R$10,45 por suíno pronto para abate (115 kg). Uma granja com 300 matrizes acumula em cinco anos um prejuízo de R$397,1 mil.


O produtor rural Valmir Vendrame, do município gaúcho de Mariano Moro (400 km de Porto Alegre), que veio participar da manifestação em Brasília, afirma que em função dos altos custos e baixos preços acumula uma dívida de custeio R$800 mil junto aos bancos, que vem sendo administrada para não comprometer o crédito.


Vendrame informa que vence uma parcela de R$140 mil no próximo dia 15, quando irá negociar, pois se pagar a dívida não terá recursos para comprar milho e alimentar o plantel.


Vendrame calcula que o custo de produção é de R$2,65/2,70 por quilo, enquanto o preço de venda está entre R$1,65 e R$1,70. Ele reclama da baixa disponibilidade e dos altos preços do milho e diz que passa mais tempo administrando a dívida e negociando a compra do cereal do que cuidando da granja.


O empreendimento consome 1,5 mil toneladas de milho por mês. Outro fator que impactou o custo é o farelo de soja, que em julho do ano passado custava R$600 e atualmente está em R$1,2 mil a tonelada.


Na opinião de Vendrame, as medidas anunciadas pelo governo vieram tarde. "Nem nós suinocultores sabemos mais o que é viável."


Fonte: Sou Agro. Pela Redação. 12 de julho de 2012.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja