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Crise na UE já freia a economia do Brics


Segunda-feira, 4 de junho de 2012 - 09h16

A desaceleração da economia que começou na Europa desembarca nos países do Brics (grupo formado, além do Brasil, por Rússia, Índia, China e África do Sul). No dia 31 de maio, dados oficiais mostraram que a economia indiana teve seu pior resultado em quase uma década, as exportações da China e Rússia no primeiro trimestre registraram uma contração e a indústria brasileira voltou a sofrer uma queda.

A queda na demanda europeia, maior mercado importador do mundo, teve repercussões no próprio comércio mundial. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o primeiro trimestre registrou um crescimento apenas moderado do comércio do G-7 (economias mais ricas do mundo) e do Brics, de 1,0% e 0,6%, respectivamente.

Mas o caso mais marcante é o da China. As exportações de Pequim recuaram 4,2% no trimestre. Já as vendas russas sofreram uma contração de 0,7%. Tanto Pequim como Moscou tem o mercado europeu como seu principal destino de vendas. Com pacotes de austeridade, contratos abandonados e falta de empréstimos, europeus deixaram de comprar.

Ainda na Índia, dados oficiais comprovam que a contaminação não se limita às exportações baratas da China ou ao gás russo. A economia do país caiu para o nível mais baixo em nove anos nos primeiros três meses de 2012, marcando uma queda dramática em um país que estava crescendo quase dois dígitos antes da recessão global.

"Ações urgentes e corajosas são imediatamente necessárias para evitar que a economia caia numa crise total. Isso deve ser evitado a qualquer custo", disse o secretário-geral da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia, Rajiv Kumar.

O Produto Interno Bruto da Índia cresceu 5,3% no primeiro trimestre ante o trimestre anterior - uma forte desaceleração em comparação ao crescimento de 9,2% no último trimestre de 2011. O ministro de Finanças do país, Pranab Mukherjee, culpou a fraco desempenho do setor manufatureiro, que encolheu 0,3% ante o ano anterior, pela desaceleração. Mas admite que terá de reduzir seu déficit para voltar a crescer a taxas de mais de 9%.

Os dados foram divulgados em meio à queda da rupia para outra mínima recorde e com manifestantes tomando as ruas do país para exigir a retirada do acentuado aumento no preço do petróleo anunciado na semana passada.

Já o Brasil, o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, alerta que o País deverá ser um dos mais atingidos pela recessão europeia, principalmente por conta das exportações. No dia 31, dados da indústria comprovaram a queda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria nacional reduziu a produção em 2,8% nos quatro primeiros meses do ano.

Fonte: Suinocultura Industrial. Pela Redação. 1 de junho de 2012.


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