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Mato Grosso do Sul quer recuperar 2 milhões de hectares


Sexta-feira, 11 de novembro de 2011 - 09h26

Mato Grosso do Sul tem 9 milhões de hectares de pastagens degradadas, de solos exauridos e com baixa capacidade de ocupação na pecuária. Diante deste quadro o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Produção está finalizando o Plano de Recuperação de Solos, que prevê a reincorporação de 2 milhões de hectares a produção nos próximos quatro anos. O assunto foi discutido ontem à tarde (09) numa reunião entre o governador André Puccinelli e representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Embrapa Gado de Corte e Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Na reunião, que contou com a presença da secretária de Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias foram discutidas algumas sugestões para que o produtor rural possa aderir ao programa. “Queremos recuperar em cinco anos cerca de dois milhões de hectares”, informou Tereza Cristina ao governador. Deste total, um milhão de hectares de pastagens degradadas deve ser recuperada para a pecuária; 200 mil hectares para a cana de açúcar; 200 mil hectares para o plantio de florestas; 200 mil hectares com lavoura e outros 400 mil hectares com a integração entre lavoura e pecuária. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Arlindo Kichel, Mato Grosso do Sul tem atualmente nove milhões de pastagens degradadas e que precisam ser recuperadas. “Nos últimos cinco anos a nossa posição agrícola com as áreas de lavoura vem se mantendo a mesma, apenas cresceu a área de cana de açúcar e área de florestas. O estado está reduzindo o rebanho e não está praticamente aumentando a produtividade de grãos. Para o estado voltar a crescer precisa de um grande impulso nessas áreas, com um programa que vai gerar produtividade, reduzindo custos e riscos”, comentou. Segundo a secretária de Estado da Produção, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, a ideia do programa surgiu após a verificação da morte de pastagens durante a seca no ano passado. “Ficamos muito preocupados com a seca de 2010 no estado, principalmente na região norte, em municípios como Rio Verde, Coxim, Alcinópolis. Começamos a verificar a mortalidade de pastagens diante se solos pobres e frágeis. Na época falou-se em pragas, como percevejos, nematoides. Vimos que existiam pragas, mas o fator principal da degradação era mesmo pasto cansado, exaustão do solo diante do uso contínuo das áreas sem reposição de nutrientes”. Tereza lembra que durante o período de seca violenta, a medição de insolação no período da tarde chegou a 60 graus em algumas regiões. Ela destaca que na época esteve com o governador e Brasília conversando com a diretoria do Banco do Brasil e conseguiram linha especial de crédito para recuperação de pastagens. “Acontece que mesmo com a linha no FCO, verificamos que, não adianta ter só o credito, mas precisa ter juros baixos, porque quem tá com solo exaurido desse jeito, não tem renda para sobreviver e muito menos investir. Percebemos que não adianta dar o crédito, mesmo subsidiado, se não capacitarmos o produtor. Por isso no programa teremos ajuda da assistência técnica, que vai acompanhar os produtores e indicar como aplicar a tecnologia. Do contrário, o produtor pode desertificar a sua terra, Ai não tem o que fazer”, enfatizou. Parcerias O plano está sendo elaborado pela Seprotur em parceria com as duas Embrapas em MS (Gado de Corte de Campo Grande a Oeste de Dourados), Famasul e o sistema S (Sebrae e Senar). Serão criados três modelos de recuperação de solos. De acordo com a ecretária a Embrapa está executando a parte técnica, como fazer, e os custos. O governo atuando na política de crédito e captação de recursos. A Agraer juntamente com o Senar e o Sebrae vai atuar na capacitação de profissionais públcos e privados e a Famasul vai mobilizar os produtores sobre a importância do trabalhos. “Após esta etapa vamos juntamente com o apoio da Famasul e Senar capacitar os produtores mostrando os sistemas, as linhas que existem, e dando todo o acompanhamento”, frisou. Meio ambiente A secretaria explica que está sendo criado um consórcio publico privado que terá a participação de multinacionais. O Ministério da Integração também será parceiro e está trazendo recursos para capacitar os técnicos. “Já conversamos e estamos acertando os valores”, adiantou. Tereza lembrou que o programa contará com a participação de ONGs. “Os representantes da WWF estiveram aqui e é um grande programa com foco ambiental, já que ao recuperarmos áreas de solo degradadas estamos evitando a abertura e desmatamento de novas áreas para pecuária. Ou seja, vamos revitalizar áreas que foram desmatadas há mais de 30 anos e produzindo cada vez menos”, acrescentou. O plano também foi incluído no Programa de Agricultura de Baixo Carbono do Governo Federal. “Nossa meta é recuperar a renda do produtor, aumentar a produção e produtividade. O estado ganha e produz mais e ajuda o meio ambiente, pois não estará emitindo CO2”, concluiu. Confira: Fonte: Correio do Estado. Por Rosana Siqueira. 10 de novembro de 2011.
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