• Quinta-feira, 6 de novembro de 2025
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Pedido de vista do MPF pode adiar julgamento da BR Foods, no Cade

Pedido de vista do MPF pode adiar julgamento da BR Foods, no Cade


Caso da união entre Sadia e Perdigão chegou à autarquia há aproximadamente um ano. Às vésperas do julgamento pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da fusão que resultou na BR Foods surgiu um "ruído" que pode adiar a apreciação marcada para amanhã. O Ministério Público Federal (MPF) apresentou um ofício requerendo vista dos autos do processo, na última sexta-feira. Se esse pedido for aceito pelo relator do caso, Carlos Ragazzo, ou ir à votação pelo plenário, o julgamento fica suspenso até que o MPF se pronuncie. A negativa seria algo inédito para a autarquia. O MPF não tem obrigação de se pronunciar a respeito de todos os casos julgados pelo órgão antitruste, mas tem o direito de fazê-lo quando avaliar necessário. Além disso, o Ministério Público tem o direito de ser o último a se pronunciar num julgamento. Caso o procurador do Ministério Público no Cade, Luiz Augusto Santos Lima, queira apresentar parecer sobre o caso BR Foods, ele terá até cinco dias úteis para se manifestar. Lima não foi encontrado pela reportagem ontem à noite. O caso da união entre Sadia e Perdigão chegou à autarquia há aproximadamente um ano. Durante esse período, o MPF pode fazer solicitações sobre o andamento do processo. Para isso, o procurador envia um ofício mostrando que deseja se pronunciar, o que pode ser feito por escrito ou oralmente. O ex-procurador do MPF no Cade, Augusto Aras, alertou sobre as consequências de não haver espaço para a manifestação do Ministério Público nos julgamentos. "Subtrair do Ministério Público a função garantida na Constituição pode ter consequências graves, pois há a obrigatoriedade de participação prévia em todos os casos", explicou. O procurador geral do Cade, Gilvandro Araújo, disse ontem à noite que não teve conhecimento do teor do documento enviado ao conselho. Segundo ele, o pedido de vista pelo representante do MPF após a divulgação da pauta, mas antes do julgamento, não é algo habitual. Araújo disse que o órgão antitruste seguirá o regimento interno, que prevê a apreciação da solicitação pelo relator no momento da avaliação na sessão. Independentemente deste episódio considerado "inusitado" por advogados que atuam na área, o processo poderá ser adiado caso algum dos membros do Cade peça vista no momento da sessão. Como dois dos sete conselheiros se consideraram impedidos de julgar o processo - um por grau de parentesco com um dos executivos da companhia e outro por ter trabalhado no Ministério da Fazenda quando foi elaborado o parecer sobre o negócio - apenas cinco conselheiros participarão do julgamento. Fonte: Agência Estado. Por Célia Froufe. 7 de junho de 2011. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
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