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Em compra e venda, o que vale é o ganha-ganha


Quinta-feira, 19 de maio de 2011 - 09h05

As intenções são boas, enquanto um quer vender mais e mais, o outro diz que quer comprar. Se você levar em conta que estamos falando de Brasil e de China, temos aí uma movimentação de US$62,5 bilhões em 2010, segundo o cálculo dos chineses, que inclui os custos de frete à soma, aumentando a cifra para cima. Já os brasileiros consideram uma corrente comercial bilateral de US$56,37 bilhões no mesmo ano. Seja como for, as projeções de ambos os governos é de que este fluxo aumente. Desde 2009, os chineses são os principais parceiros comerciais verde-amarelos. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior brasileiro, Fernando Pimentel, estima que as exportações para a China cresçam 20% neste ano, ante os US$30 bilhões de 2010. Os números refletem dois fatores: há saldo positivo para o Brasil, mas 70% destas exportações são baseados em commodities. Daí um dos pontos centrais da visita da presidente Dilma Rousseff à China em abril ter sido a diversificação da cesta de produtos, focando naqueles de valor agregado. Parece que há um eco da contraparte chinesa. Nesta semana, o presidente do Conselho Comercial chinês, Wan Jifei, disse que é meta do governo encorajar mais chineses a investirem em países da América Latina, especialmente Brasil, Peru e Argentina. Os esforços estariam concentrados em setores como infraestrutura, agricultura, mineração e bens de consumo, além de turismo e geração de energia. Eles investiriam no Brasil, produziriam por ali e importariam mais. Quando os chineses falam em investir, os números nunca são modestos. Pimentel estima em US$8 bilhões o investimento chinês no Brasil em 2011, contados aí os recursos que a Foxxconn, líder na montagem de gadgets para marcas tão famosas quanto Apple e Sony, deve injetar em sua planta em São Paulo para a montagem de iPhones e iPads. O ministro do Comércio da China, Chen Deming, está no Brasil e confirma que até dezembro deve haver pelo menos mais US$1 bilhão em investimentos oriundos somente das empresas que integram a sua missão. Um dos resultados mais comemorados é a instalação da Sany Heavy Industries no sul de Minas Gerais, num negócio estimado em US$200 milhões. A fabricante de máquinas pesadas, como guindastes e escavadeiras, está de olho nas obras de infraestrutura para a exploração do pré-sal da Petrobras. Hoje, os chineses compram basicamente minério de ferro, soja, açúcar e aviões do Brasil. O presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, Sérgio Amaral, que esteve em Beijing durante a visita de Dilma, não vê problemas em ampliar a pauta de exportações justamente a partir das commodities, em que o Brasil já tem know-how, experiência e até boa reputação. - Se vendemos o frango, por que não vendemos pratos à base de frango, garantindo a inclusão de produtos de valor agregado a estes negócios? – pergunta Amaral. Oportunidades há várias nesta relação, estratégias para garantir bons frutos também. Agora vale descobrir se neste jogo de vende e compra, vai valer a regra do ganha-ganha. É a que China e Brasil querem, ao menos. Fonte: Radar China. Por Janaína Camara da Silveira. 18 de maio de 2011.
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