O mercado do leite começou o ano rodeado de incertezas.
O preço do leite ao produtor estava em patamares historicamente baixos, sendo que a queda no segundo semestre de 2008 chegou a 20%.
No mercado internacional os preços dos produtos lácteos afundaram e as cotações voltaram aos níveis de 2005/2006. Notícia ruim para as empresas brasileiras que investiram pesado no leite em pó para exportação.
O cenário nos primeiros meses foi baixista. Os preços, tanto nos elos finais da cadeia como para o produtor, encontraram sustentação apenas na entressafra (a partir de maio/09).
As cotações do leite longa vida dispararam no atacado e nos supermercados e essa alta foi repassada para o produtor.
O pico de preço do leite ao produtor aconteceu em agosto, R$0,758/litro. Foi 2,3% maior que o verificado em 2008. Veja a figura 1.
No entanto, analisando as médias anuais temos que, em 2008, os valores foram ligeiramente maiores. O produtor recebeu, em média, R$0,669/litro, enquanto que esse ano a média foi de R$0,656/litro. Uma diferença de 2%.
O que garantiu uma boa média para o ano passado foi o bom desempenho do mercado no primeiro semestre, já que a partir de setembro os preços desabaram.
MERCADO EXTERNO TAMBÉM PESOU EM 2009
O ano de 2009 foi marcado pela entrada maciça de leite importado, em especial leite em pó, a preços inferiores aos vigentes no mercado interno.
De janeiro a novembro, o saldo negativo da balança comercial de lácteos foi de aproximadamente US$108 milhões. Desde 2002 o país não importava tanto.
Diante dos impasses gerados pela crise mundial, o faturamento com as exportações brasileiras de lácteos caíram 72% em relação a 2008.
Todos esses fatos somados ao aumento da produção brasileira (safra) repercutiram em um movimento de baixa que perdura até o momento.
E PARA 2010?
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, para o pagamento a ser realizado em janeiro de 2010, a tendência é de estabilidade.
Isto pode indicar que o movimento de baixa esteja perdendo força. Entretanto, é preciso cautela, já que o consumo de leite e derivados em dezembro e janeiro é menor em função do período de festas e férias escolares.
A aposta das indústrias de laticínios está na diversificação dos produtos direcionados para o mercado interno. Além disso, as expectativas para o mercado internacional são boas com os preços dos principais produtos em recuperação.
A desvalorização do dólar frente ao real foi outro fator que afetou a viabilidade das exportações brasileiras. É importante destacar, no entanto, que a moeda norte-americana está subindo.
O dólar que chegou a ser cotado em R$1,70, em novembro, atualmente está valendo R$1,78. Uma alta de 4,7% em um mês.
Vale destacar que para 2010 é esperada uma diminuição da oferta de leite por parte da Europa e Oceania entre outros produtores.
A queda de preços dos produtos lácteos e conseqüentemente para os produtores (é só lembrar os inúmeros protestos verificados esse ano, principalmente na Europa), além dos elevados custos de produção são os principais motivos.
A demanda mundial, por outro lado, deve aumentar à medida que diminuem os efeitos da crise global sobre as economias ao redor do mundo.
Por fim, o mercado do leite é promissor.
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